Como a moagem de cana-de-açúcar será menor que a esperada na safra 2011/2012, o mercado terá menos etanol, afetando os preços do combustível nas bombas. A avaliação é de Sérgio Prado, representante da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) em Ribeirão Preto (SP). “Isso pressiona os preços, com certeza, porque a oferta é muito mais reduzida do que a necessidade do mercado de biocombustível, no caso, o etanol. Isso faz com que se tenha uma oferta muita justa em relação à demanda”, disse, sem fazer projeção de quando os preços voltarão a subir. Prado negou, em entrevista ontem, que vá ocorrer desabastecimento no mercado. “Não tivemos desabastecimento e nem há previsão de que haja desabastecimento e nem falta de produto nas bombas. O que vai haver é uma oferta muito mais restrita do que se poderia imaginar e do que o mercado espera em função do consumo do mercado flex”, declarou.
Para o representante da Unica, o reflexo dessa diminuição na oferta de etanol é percebido nas exportações. “Não temos excedente para exportação. O que temos para exportação é 1,3 bilhão de litros o que é menos do que um mês do nosso consumo interno: e isso é para toda a safra”. A oferta restrita, de acordo com Prado, é resultado tanto de problemas climáticos enfrentados nesta safra como pela falta de investimentos dos últimos anos no setor, ampliado principalmente pela restrição de crédito provocado pela crise financeira mundial. Atualmente, segundo ele, seria possível ofertar 600 milhões de toneladas em condições normais. Se em dez anos se chegasse a oferecer mais 400 milhões de toneladas, isso seria suficiente, de acordo com Prado, para atender o mercado interno com conforto e abrir um excedente para a exportação.