Emprego cresce mais de 4% no semestre

Construção civil e comércio foram os setores que mais cresceram nos primeiros seis meses do ano

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Glenda Mendes/ON

Crescimento e desenvolvimento são as questões que estão associadas aos números positivos de Passo Fundo no índice de emprego no primeiro semestre deste ano. O aumento chegou aos 4,87% e foi positivo em todos os principais setores que empregam no município. O resultado é diferente de igual período do ano passado, quando o crescimento geral parou nos 2,85% com um somatório de índices que não passaram dos 3% nos principais setores, agravado pelo percentual negativo da indústria de transformação. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

No composto dos primeiros seis meses deste ano a construção civil foi responsável por um crescimento de mais de 10 pontos percentuais em relação ao ano passado, sendo o melhor resultado dentre os quatro principais setores, que incluem ainda o comércio, serviços e indústria de transformação. O percentual foi de 13,69%, contra os 2,97% que a construção civil cresceu no ano passado. A segunda colocação ficou com o comércio, que atingiu os 5,30% (3,03% em igual período do ano passado). Em terceiro lugar aparece a indústria de transformação, com 4,66% (ano passado índice foi de -0,19%). E a quarta colocação foi do setor de serviços, com 4,08% de crescimento (3,90% no ano passado). Em números absolutos, foi este último o setor que mais criou postos de trabalho no primeiro semestre (888).

Para o secretário municipal de desenvolvimento econômico, Marcos Cittolin, isto tudo é reflexo da situação do município de crescimento. “São vários fatores, mas o principal é que na indústria, em especial, estamos com um incremento na cidade. Se observarmos a relação com 2008, por exemplo, nosso PIB industrial cresceu mais de 14% no período, o que significa dizer que estamos num momento de desenvolvimento econômico harmônico”, destaca.

O crescimento dos postos de trabalho, para Cittolin, é resultado do igual crescimento do PIB geral do município. “É um dado concreto, um diagnóstico, de que estamos em crescimento acelerado”, salienta. No caso da construção civil, por exemplo, o secretário acredita que o índice elevado é o reflexo do aumento do poder de compra dos passo-fundenses. “À medida que temos mais postos de trabalho e uma renda média maior, porque esta também vem aumentando, nós aumentamos a nossa capacidade de compra. Então, a construção civil é uma resposta para isso”.

Conjunto de ações
No mês de junho deste ano o crescimento dos índices também foi positivo. O mês foi responsável por 0,62% de aumento nos postos de trabalho em relação ao mês imediatamente anterior. O setor que mais cresceu foi o da construção civil (3,36%), seguido da indústria de transformação (0,69%), dos serviços (0,57%) e do comércio (0,25%). “Obviamente que é um conjunto de ações: se nós temos um desenvolvimento industrial, no setor de serviços e comércio e no próprio setor primário produzindo mais, temos uma resposta ao investimento de um volume maior de recursos na mão das pessoas. Claro que isto aumenta a demanda no setor de construção civil, que certamente irá se desenvolver mais”, ressalta Cittolin. Mas ele lembra que existe outro fator que precisa ser analisado, “que é o PAC, através do programa Minha Casa, Minha Vida, que começou a oferecer um financiamento a um custo compatível com a capacidade de endividamento das pessoas, então há um incremento na construção civil”, avalia.

Mutirão do trabalho
Se o crescimento foi positivo até o sexto mês do ano, a expectativa é que continue assim, principalmente se depender dos esforços do FGTAS/Sine de Passo Fundo (Fundação Gaúcha de Trabalho e Assistência Social/Sistema Nacional de Emprego). Nos dias 14, 15 e 18 deste mês a agência local realizou o Mutirão do Trabalho. Segundo Ismael Antônio de Oliveira, coordenador da Agência de Desenvolvimento Social do FGTAS/Sine, somente no primeiro dia de ações foram realizados mais de 400 atendimentos. Deste total, 220 pessoas foram encaminhadas para entrevistas de emprego, sendo que 60% desses candidatos conquistaram a vaga. Os dados referentes aos outros dois dias de ação ainda não foram finalizados.
“Os setores onde houve o maior número de contratações foram do comércio, indústria, construção civil e prestação de serviços”, afirma Oliveira. De acordo com ele, o bom resultado com este mutirão está motivando a realização de outra edição, no final do ano, entre os meses de outubro e novembro. “Também estamos preparando um Mutirão Social, ainda sem data marcada, mas que terá todo o tipo de atendimento para a comunidade, desde encaminhamento de seguro desemprego, confecção da carteira profissional e serviços de saúde e educação”, projeta o coordenador.

Evolução do Emprego em Passo Fundo
Período: junho de 2001

Setor
Admitidos
Demitidos Saldo Variação
Extrativa mineral
3 0 3  3,00%
Indústria de transformação 444
376   68  
 0,69%
Serv. indust. util. pub 14 8 6 2,03%
Construção civil
 227   148
79 3,36%
Comércio 859 819 40 0,25%
Serviços  
 764
636 
  128 
  0,57%
Adm. pública 0 0 0 %
Agropecuária   26 27 -1 -0,11%
Total 
2.337 2.014 323 %0,62

(Fonte: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados/Ministério do Trabalho e Emprego)
* A variação mensal do emprego toma como referência o estoque do mês anterior



Evolução do Emprego em Passo Fundo

Período: 2011

Setor
Admitidos
Demitidos Saldo Variação
Extrativa mineral
 25   16
9
9,57%
Indústria de transformação 2.895 2.454 441 4,66%
Serv. indust. util. pub  89
51  38   
13,48%
Construção civil
 1.529  1.236   293 13,69%
Comércio  6.044 5.225 819 5,30%
Serviços  
 5.358
4.470 
888   4,08%
Adm. pública  2 3
-1 -0,36%
Agropecuária 172 206 -34   -3,73%
Total 
 16.114   13.661
2.453
4,87%

(Fonte: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados/Ministério do Trabalho e Emprego)

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