Redação/ON
Depois de duas semanas de clima desfavorável, as pastagens de inverno começam a se recuperar na região. A produção de leite chegou a registrar perdas em função mudança brusca no tipo de alimentação oferecida aos animais. Em alguns casos a diminuição chegou a 20%. As temperaturas mais altas da última semana aliadas a umidade serviram para amenizar o problema.
Na propriedade de Angelin Ceolin a diminuição na produção de leite chegou a 20%. Embora tenha um rebanho pequeno, com oito vacas em período de lactação, ele precisou trocar o tipo de alimentação dos animais de forma brusca. “Parte da aveia a geada matou. Plantei novamente e com a chuva perdi as sementes e o serviço também”, conta. As áreas que já estavam cobertas e foram prejudicadas estão em processo de recuperação. Na propriedade do agricultor são cultivados cerca de 15 hectares de pasto para alimentar o gado leiteiro.
Recuperação
Conforme o engenheiro agrônomo da Emater Regional de Passo Fundo, Gilmar Meneghetti, os dias mais quentes e com mais insolação foram propícios para a recuperação das áreas de pastagem. “O desenvolvimento das pastagens voltou ao normal depois de duas semanas que elas cresceram pouco em função de muita nebulosidade e frio intenso. Com as pastagens retomando o desenvolvimento normal a produção de leite vai acompanhar a oferta de forrageiras”, explica. O normal para esta época do ano é uma crescente na oferta de leite.
Alimentação com silagem
A principal alternativa em períodos de pouco pasto é a utilização de silagem na alimentação dos animais. Meneghetti explica que a troca entre o pasto verde e o armazenado deve ser feito de forma lenta, leva de 10 a 15 dias. “O produtor faz uma transição entre um tipo de alimento e outro, começando a misturar o novo alimento até substituir totalmente ou então usá-lo em maior quantidade. É necessário um período de adaptação do estômago do animal”, esclarece. A silagem é um alimento basicamente energético, por isso o agricultor deve ter o cuidado de balancear a alimentação dos animais adicionando uma fonte de proteína. “Se desequilibrar a quantidade de energia e proteína, acaba prejudicando o aproveitamento do alimento”, alerta.
Cuidado
Uma alimentação insuficiente causa prejuízos aos animais. Vacas de alta produção podem manter a produção de leite à custa de gastar toda a energia acumulada no corpo. “O animal emagrece muito e com isso não entra em cio”, pontua o engenheiro agrônomo. O atraso no período fértil aumenta o período entre um parto e outro, que geralmente é entre 12 e 14 meses.
Rebanho
Nos 71 municípios de atuação da Emater Regional de Passo Fundo estão contabilizadas mais de 200 mil vacas em período de lactação. Por dia, são produzidos 2,3 milhões de litros de leite, o que representa 22% da produção do Estado. Com a retomada da alimentação normal, a vaca demora em torno de duas semanas para se adequar ao alimento.