Alimentos puxam a inflação

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A alta de 0,37% na inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em agosto foi puxada principalmente pela elevação nos preços dos alimentos. Um mês antes, eles haviam registrado queda de 0,34%, mas voltaram a subir e ficaram 0,72% mais caros. O grupo respondeu por quase metade (45%) da taxa global, conforme dados divulgados na terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a coordenadora de Índice de Preços do IBGE, Eulina Nunes, pesaram mais no bolso do consumidor produtos importantes na mesa dos brasileiros, como arroz (1,82%), feijão-carioca (0,58%) e carnes (1,84%), que exerceram o principal impacto individual no mês.

“Houve alta no arroz, no feijão, na carne, no pescado. A refeição típica do brasileiro”, disse. "As carnes, no segundo semestre, entram na entressafra, por causa do período de confinamento. E os produtores também têm reclamado que a ração está mais cara em função do milho e da soja”, acrescentou a coordenadora do IBGE. Ela ressaltou ainda que os açúcares também tiveram alta expressiva, em função de problemas climáticos que prejudicaram a safra e reduziram a qualidade do produto. O açúcar cristal teve elevação de 3,90%, e o açúcar refinado, de 3,22%.

Por outro lado, os transportes, que registraram queda de 0,46% para -0,11%, ajudaram a conter a inflação. Além disso, a redução de 0,15% para -0,14% nos preços da gasolina, além das tarifas aéreas (de 3,20% para -5,95%), automóvel novo (de -0,05% para -0,37%) e usado (de -0,47% para -0,61%) influenciaram o movimento. No ano, o maior impacto na formação do IPCA partiu das mensalidades escolares, que acumulam alta de 8,09%. Eulina destacou que para o mês de setembro estão previstos reajustes da taxa de água e esgoto em São Paulo e no Rio de janeiro e de energia elétrica no Distrito Federal. Regionalmente, o IPCA mais elevado foi observado na região metropolitana do Rio de Janeiro (0,47%) e o mais baixo, em Porto Alegre (0,14%).

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