Emater estima atraso de sete a 10 dias para colheita do trigo

Pouca luminosidade e excesso de chuva entre julho e agosto causaram o atraso no desenvolvimento das plantas. Padrão de lavoura é bom

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A colheita do trigo deve ter um atraso entre sete e 10 dias nesta safra conforme a Emater Regional de Passo Fundo. Os motivos são o excesso de chuva e pouca luminosidade nos meses de julho e agosto que desaceleraram o desenvolvimento das plantas. Por outro lado, a tecnologia aplicada no campo permite que o padrão ainda seja considerado bom.

A projeção é de que na região sejam colhidas 415.435 toneladas do grão. Conforme o engenheiro agrônomo da Emater Regional de Passo Fundo Cláudio Dóro as lavouras de modo geral estão boas, apesar dos meses de julho e agosto terem sido chuvosos. “Tivemos no mês de agosto temperaturas baixas, seis geadas consecutivas, e consequentemente pouca luminosidade. O pouco sol nesses meses atrasou o crescimento. Já no mês de setembro a situação foi bem favorável”, compara.

As condições também foram favoráveis para o aparecimento de doenças fúngicas, principalmente machas foliares. “Elas foram controladas com aplicação de fungicida, então não chega a afetar rendimento e qualidade”, observa o agrônomo. Para ele, o potencial produtivo apresentado pode garantir uma safra tão boa quanto a de 2010 ou até melhor, em termos de produtividade.

Recuperação
No último mês, o menor volume de chuvas e dias com bastante luminosidade favoreceram a retomada do crescimento das plantas. “Ingressamos numa fase crítica da cultura que é a frutificação, espigamento, formação de grãos, floração e enchimento de grãos. Em todas as lavouras já foi feito tratamento fúngico com duas ou três aplicações que os produtores fizeram para salvaguardar e produtividade e qualidade da lavoura”, acrescenta Dóro. As plantações apresentam bom potencial produtivo devido ao padrão tecnológico empregado. “Os agricultores fizeram uma boa fertilização de base e de cobertura com nitrogênio, controle de pragas e doenças no momento certo. Daqui para frente o que vai determinar o sucesso da safra é o clima”, pontua. O ideal seria dias de sol, pouca chuva e noites com temperaturas mais baixas.

Atraso e mercado
A colheita do trigo deve se concentrar na última quinzena do mês de novembro. Esse atraso deve refletir também na implantação das lavouras de verão. Dóro estima que mesmo assim as culturas de verão serão plantadas dentro do período recomendado.
A preocupação dos produtores daqui para frente é com o mercado. “Os agricultores estão aguardando que o governo acione os instrumentos de comercialização para que eles possam vender o trigo pelo menos pelo preço mínimo”, finaliza. O preço mínimo para o trigo de classe um tipo pão é de R$ 28,60 a saca de 60 quilos.

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