Cai volume de empréstimo do BNDES

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Apesar da queda de 28% do desembolso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entre janeiro e setembro deste ano em comparação com igual período de 2010, a estimativa do presidente do órgão Luciano Coutinho é cumprir a meta de liberar, até o final de 2011, entre R$ 140 bilhões e R$ 145 bilhões para as empresas. Segundo comunicado divulgado ontem pelo banco, nos primeiros nove meses do ano foram desembolsados R$ 91,8 bilhões ante R$ 128 bilhões no mesmo período de 2010. A queda de 28% leva em conta a operação de capitalização da Petrobras, em setembro do ano passado, quando foram liberados R$ 24,7 bilhões. Sem essa operação atípica, a queda ficaria em 11%.

Mesmo com o cenário de “incertezas” em função da crise na Europa, Luciano Coutinho disse que os desembolsos devem subir entre outubro e dezembro. “Teremos um desembolso entre R$ 140 [bilhões] e R$ 145 [bilhões]. Talvez, um pouco abaixo da expectativa de R$ 145 bilhões, mas não significativamente abaixo porque, em geral, há concentração nos últimos meses”, disse. Sem nenhuma “indicação acentuada de crise” nas economias emergentes, Coutinho acredita na manutenção e até na ampliação do nível de desembolso em 2012. Para o presidente do BNDES, é consenso de que a economia brasileira continuará crescendo, com espaço para investimentos no setor de infraestrutura, em especial no de petróleo e gás.

“Estamos em um momento peculiar de exacerbações das incertezas, olhando um período muito negativo do mercado internacional. Não posso pegar um trimestre em que o cenário internacional esteve muito carregado e tomar isso como uma tendência daqui para frente. Vamos aguardar o que acontece, mesmo vivendo um desafogo de expectativas em relação à Europa”, declarou.

Refletindo investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o comunicado do BNDES mostra que o setor de infraestrutura recebeu a maior parte dos desembolsos, R$ 38 bilhões, 4% a mais que no ano passado. Para a indústria, o BNDES liberou R$ 28,4 bilhões e o setor comércio e serviços ficou com R$ 17,9 bilhões. A agropecuária recebeu R$ 7,2 bilhões. Apesar do recuo no montante total de desembolsos, estão em alta as liberações para micro, pequenas e médias empresas. Nos últimos nove meses, o aumento foi 8%, em comparação com o mesmo período de 2010, e somou R$ 36,2 bilhões.

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