A Ambev anunciou recentemente que com a inauguração da maltaria de Passo Fundo a aquisição de cevada produzida no Estado deverá ser praticamente dobrada. Para isso o aumento da área cultivada é uma consequência inevitável. Segundo dados divulgados pela empresa, entre as safras de 2009 e 2010 já houve um aumento de 19% na área coberta com o grão. Hoje, boa parte do malte e da cevada utilizados no Brasil vem de países como a Argentina e o Uruguai. O fortalecimento da cadeia produtiva nacional permitirá uma maior estabilidade no mercado.
O sistema de produção de cevada é integrado à empresa compradora do grão, parecido com o que acontece com a canola. De acordo com o engenheiro agrônomo Elmar Floss esse tipo de sistema garante maior liquidez da produção, além de o produtor já ter o preço definido antes do final da safra, ao contrário do que acontece com o trigo. Esse é um dos motivos pelos quais os agricultores deverão aumentar o interesse pela cultura alternativa para o inverno. Outra vantagem é de que ela é a mais precoce entre as culturas que podem ser produzidas no inverno, apresenta bom potencial de rendimento e qualidade, apesar de ser exigente em manejo.
Para Floss a ampliação da produção brasileira de cevada está ligada ainda a uma questão de segurança da indústria cervejeira nacional. Hoje o Brasil é dependente da cevada argentina e uruguaia. “A política de exportação da Argentina é muito instável e a indústria não pode ficar na dependência do humor político”, observa Floss. Uma maior quantidade de matéria prima nacional é fundamental para enfrentar momentos de crise quando são impostas limitações das exportações da Argentina.
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