“A avicultura brasileira é a mais social das atividades agropecuárias, fixa o homem no campo e tem a melhor remuneração média pessoal do segmento”, declarou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, na palestra Avicultura Brasileira Frente ao Desenvolvimento, à Pesquisa e à Inovação, realizada durante o I Simpósio de Patologia e Produção Avícola, na tarde da última sexta-feira, 18, em Porto Alegre, no hotel Holiday Inn. Müller lembrou que, se na década de 70 o Brasil produzia 217 mil toneladas de carne de frango e as exportações não haviam iniciado, em 2011, o País deverá gerar 13 milhões de toneladas do produto e destinar ao mercado externo cerca de 4 milhões de toneladas. “O crescimento vertiginoso do setor tornou-se um case de sucesso do agronegócio nacional, comentado no mundo inteiro”, afirmou.
Entre as razões que explicam esse resultado estão questões geográficas brasileiras, como 3,3 mil horas de sol ao ano, 20% da água disponível do mundo, e a disponibilidade de terras para plantio de grãos, que alimentam os frangos – há 815 milhões de hectares livres para esse fim e 47 milhões de hectares utilizados. Outras questões centrais são o modelo de criação avícola, composto por minifúndios – que contribuiu para manter a população produtora no campo, e a união entre diferentes empresas para compor um pool de exportação, em uma época em que o comércio exterior não fazia parte do contexto avícola. “Dessa forma, o Brasil se transformou no maior vendedor mundial de carne de frango, catapultando, cada vez mais, nossa produção”, ressaltou Müller.
O presidente da FIERGS também destacou a importância da pesquisa realizada na área por meio da Embrapa, universidades e empresas, desde fornecedores de material genético, vendedores de produtos veterinários à produção e abate de aves. “Hoje, o sequenciamento genético já tem custo acessível, facilitando de forma exponencial o desenvolvimento das pesquisas, tendo como objetivo produzir frangos ainda mais viáveis do ponto de vista econômico”, afirmou. De acordo com Müller, as pesquisas na área já introduziram diversas vantagens para a produção, como aumento do percentual de fertilidade dos ovos e surgimento de laboratórios, acentuada diminuição do tempo entre o alojamento dos pintos e o abate das aves.
O I Simpósio de Patologia e Produção Avícola ocorreu entre os dias 17 e 18 de novembro, em Porto Alegre, e foi organizado pelo Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Patologia Aviária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa-RS).