A inflação deverá encerrar 2011 bem próxima do teto da meta estipulada pelo governo. Segundo estimativas divulgadas na sexta-feira pelo Ministério da Fazenda, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, fechará o ano em 6,4%, apenas 0,1 ponto percentual abaixo do limite superior de 6,5% da meta, cujo centro é 4,5%.
A previsão consta do boletim Economia Brasileira em Perspectiva, publicação com parâmetros sobre a atividade econômica do país atualizada periodicamente pela Fazenda. O IPCA é mais alto que o previsto no boletim anterior, em junho, quando a estimativa estava em 5,8%. Mas está de acordo com as projeções do Banco Central (BC), que também prevê inflação oficial de 6,4% no acumulado de janeiro a dezembro.
A projeção, no entanto, está abaixo dos 6,62% para 2011 previstos pelo Ministério do Planejamento na revisão dos parâmetros para o Orçamento-Geral da União do ano que vem, enviada ao Congresso no fim de novembro.
Para o próximo ano, a Fazenda reduziu a expectativa de inflação de 4,8% para 4,7%. O percentual está na faixa mais otimista estipulada pelo Banco Central, que previu, na última versão do Relatório de Inflação, divulgada em setembro, IPCA entre 4,7% e 5%. Nos parâmetros enviados ao Congresso, o Planejamento estimou, inicialmente, que o IPCA fecharia 2012 em 5,25%.
Apesar da revisão para cima nas projeções do índice oficial de inflação, a estimativa da Fazenda está abaixo das expectativas das instituições financeiras. Segundo o boletim Focus, pesquisa de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, o IPCA deverá encerrar o ano em 6,5%, teto da meta.
Para a Fazenda, o IPCA mostra sinais de desaceleração e a tendência é que o arrefecimento continue nos próximos meses. “Daqui em diante, espera-se que a inflação desacelere sucessivamente nos próximos meses. De acordo com o Relatório de Inflação divulgado pelo Banco Central do Brasil em setembro, o IPCA deve encerrar 2011 com variação anual de 6,4% e convergir para o centro da meta de 4,5% em 2012-2013”, destacou a Fazenda na publicação.
Em relação ao crescimento econômico, a Fazenda manteve a projeção de expansão de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e 5% em 2012. Segundo a publicação, a demanda doméstica continuará a ser o principal fator de crescimento econômico do país no ano que vem, em meio ao agravamento da crise nos países desenvolvidos.