O agricultor Adriano Pilatti, 38 anos, já olha para o céu com preocupação. A última grande chuva registrada na região ocorreu no final de outubro, mas veio acompanhada de granizo. As marca das pedras ainda estão presentes na lavoura de aproximadamente três hectares de milho, que agora, agoniza com a estiagem.
Com a falta de chuva nos últimos quatro meses, técnicos da Emater apontam um déficit hídrico de 150 milímetros nas lavouras e já contabilizam prejuízos. Pelo menos 40% dos 210 mil hectares de milho plantado na região de Passo Fundo (formada por 71 municípios) estão comprometidos pela seca. Os números confirmam a gravidade da situação. O índice de chuva na primeira quinzena de dezembro foi de 18 milímetros, sendo que o milho, no atual período da floração, necessita diariamente de pelo menos sete milímetros. “A quantidade de chuva até o momento equivale a pouco mais de dois dias da quantia necessária” explica o engenheiro agrônomo da Emater, Claudio Dóro.
Segundo ele, a seca também está castigando a soja. A plantação feita em outubro está com o crescimento paralisado. Já as sementes plantadas recentemente enfrentam dificuldade de germinação. “Acredito que a soja vai resistir bem, caso volte a chover. O problema maior realmente é com o milho. Estão ocorrendo chuvas de baixa intensidade e mal distribuídas” afirma. A área de plantio do milho teve um aumento de 5% em relação ao ano passado.
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