Inflação não fechará o ano no limite

Esforço fiscal mais intenso abre espaço para o Banco Central (BC) continuar com as reduções da taxa de juros

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, assegurou  que a inflação não fechará 2011 acima de 6,5%, limite máximo para a meta este ano, que é 4,5% mais 2 pontos percentuais de tolerância. Apesar de o IPCA-15, índice que serve de prévia para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ter encerrado o ano acima desse percentual, o ministro disse não acreditar que o índice oficial ficará além do teto. Mantega informou ainda que o acompanhamento diário da inflação mostra que os preços estão subindo em ritmo menor no fim do ano, o que leva a Fazenda a crer que o IPCA ficará dentro do intervalo da meta. “A média diária de inflação no fim do ano está menor que nos meses anteriores”, destacou.

O Relatório de Inflação, divulgado pelo Banco Central, manteve a previsão de 6,5% para o IPCA de janeiro a dezembro. O documento, porém, aumentou de 45% para 55% a probabilidade de que a inflação feche o ano acima do teto da meta. O BC projeta que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será de 3% em 2011, mas Mantega confirmou as previsões da Fazenda de que a expansão ficará entre 3% e 3,5%.

“Em relação ao PIB, o que sei é que a taxa de crescimento está em 3,2% nos 11 primeiros meses do ano e em 3,7% no acumulado de 12 meses”, alegou o ministro. Segundo ele, as previsões do Banco Central e da Fazenda levam em conta cenários diferentes. Isso porque o BC faz as estimativas considerando a manutenção dos juros , enquanto a Fazenda leva em conta a queda dos juros e uma taxa de câmbio mais favorável.

Na avaliação de Mantega, o crescimento do PIB em 2011 poderia ter ficado em até 4% não fosse o agravamento da crise na Europa e o atraso na recuperação dos Estados Unidos. “A crise econômica internacional teve impacto de 0,5 a 1 ponto percentual no crescimento por causa da queda na demanda externa”, justificou. Para 2012, embora a previsão da equipe econômica seja de expansão de 5%, o ministro admitiu que o crescimento poderá ficar abaixo disso por causa da crise internacional. “O crescimento no próximo ano ficará entre 4% e 5%. Se a crise econômica continuar, será 4%”, declarou.

Redução de juros

O ministro da Fazenda,Guido Mantega, disse que o superávit primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Cental) em novembro atingiu R$ 4,6 bilhões. No acumulado do ano, o esforço fiscal somou R$ 91,1 bilhões. A meta de superávit primário do Governo Central este ano é de R$ 91,7 bilhões. O ministro assegurou que essa economia extra de recursos será usada no abatimento dos juros da dívida pública administrada do Tesouro Nacional. Para Mantega, o esforço fiscal mais intenso abre espaço para o BC continuar com as reduções da taxa de juros, instrumento de estímulo à atividade econômica. "O resultado primário maior dá mais liberdade à execução da política monetária", disse ele.

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