A cada dia, são mais visíveis as consequências da estiagem que ocorre no Rio Grande do Sul desde o início do mês de novembro. O potencial produtivo de lavouras e pastagens está declinando e os níveis dos mananciais hídricos, como barragens e rios, vêm diminuindo de forma acentuada. Em algumas localidades, ou mesmo regiões, os produtores já começam a contabilizar os prejuízos e o número de pedidos de Proagro aumenta a cada dia.
Conforme o Informativo Conjuntural divulgado de ontem pela Emater/RS-Ascar, as lavouras de milho, juntamente com as de feijão, são as mais afetadas pela severa deficiência hídrica que assola o Estado nestes dois últimos meses. Entre 40% e 50% das lavouras terão atravessado as fases de floração e enchimento de grãos em condições críticas quanto à presença de umidade no solo, fator indispensável para se garantir uma boa produtividade. Isso seguramente trará sérios reflexos na produção total deste ano, uma vez que os danos em termos de diminuição do potencial produtivo podem ser considerados irreversíveis em 50% da área projetada. Entretanto, os prejuízos só serão conhecidos a partir do início de janeiro, quando os dados referentes à segunda quinzena deste mês serão tabulados no Sistema de Monitoramento das Condições das Culturas. As lavouras que se encontram em desenvolvimento vegetativo, cerca de 34% do total cultivado, também apresentam problemas na sua evolução, como murchamento das folhas basilares e crescimento deficiente.
O forte calor e a insolação, somados à menor umidade existente no solo, estão prejudicando algumas culturas de hortigranjeiros, em especial, as hortaliças folhosas. Essa situação prejudica a qualidade dos produtos e restringe a produção, o que deve influir nos preços dos mercados e feiras.
Rebanho
O estado corporal do rebanho bovino de corte ainda é bom, mas o ganho de peso dos animais está reduzindo consideravelmente. O estado sanitário, por sua vez, também é bom, mas, devido ao aumento das temperaturas, aumentou a incidência de moscas do chifre e carrapatos. Com a reduzida oferta de pasto para o rebanho leiteiro, os produtores estão utilizando alimentos volumosos conservados (silagem e feno) para suplementar a dieta dos animais. Os produtores que não possuem grande quantidade de silagem para fornecer ao rebanho e que tiveram perdas significativas nas lavouras de milho destinadas à produção de grão estão encaminhando pedido de Proagro para utilizá-las na elaboração de silagem.
Estiagem compromete a produção de metade das lavouras de milho no RS
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