Empresas gaúchas sofrem prejuízos com as barreiras pela Argentina

Pesquisa da Fiergs foi realizada com 15 setores da indústria

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Cerca de 40% das empresas gaúchas tiveram prejuízos acima de R$ 1 milhão e, destas, 8,3% superiores a R$ 10 milhões em 2011, com as políticas de protecionismo impostas pelo governo argentino para reduzir as importações. A conclusão está na sondagem O Impacto das Barreiras Argentinas, realizada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) com uma centena de exportadoras, de 15 dos principais setores do Estado, entre 13 e 30 de janeiro.

E os prejuízos nas vendas externas gaúchas deverão aumentar, pois desde esta quarta-feira (1º), a Argentina passou a exigir informações prévias sobre todas as importações de bens de consumo realizadas para o país. Isso significa que os compradores argentinos precisam de autorização do governo para tudo que desejam adquirir do exterior, por meio da Declaração Jurada Antecipada de Importação (DJAI). “Embora a balança comercial do Brasil com a Argentina tenha sido superavitária em US$ 5,8 bilhões no ano passado, o fluxo de comércio do Rio Grande do Sul com aquele país apresentou um déficit de US$ 2 bilhões”, alerta o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.
Além da sondagem junto a exportadores gaúchos, o industrial destaca que a entidade se articula para garantir, ao menos, a redução dos atuais entraves. O Conselho de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Concex) da FIERGS criou o Sistema de Monitoramento das Barreiras Argentinas (Simba), que acompanha a situação das exportações. A FIERGS também segue em permanente contato com os governos federal e estadual e o presidente Heitor José Müller solicitou que os setores industriais gaúchos preparem relatórios com dados e informações sobre suas dificuldades.

Segundo o presidente da FIERGS, ainda existe muita confusão e desinformação entre os exportadores e importadores brasileiros sobre a DJAI. “A medida atinge todos os produtos importados pela Argentina, inclusive os chineses e uruguaios, e por isso poderá ser uma barreira maior do que todas as outras”, afirma. Entre estes empecilhos estão as Licenças Não-Automáticas (LNAs), uma exigência do governo argentino em vigor há mais tempo que atinge 683 produtos brasileiros. As LNAs foram apontadas por 59% das pesquisadas pela FIERGS como o fator que mais afeta as exportações gaúchas para a Argentina. De acordo com a sondagem, 80% das empresas do RS sofrem as consequências das dificuldades impostas pelo país vizinho,

Apesar da intensificação das barreiras, as exportações gaúchas para a Argentina cresceram 17,5%, enquanto que as importações aumentaram 14% no ano passado. Os setores de Móveis, Máquinas e Aparelhos Elétricos e Combustíveis tiveram queda no nível de exportações para a Argentina em relação a 2010.

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