A arrecadação de impostos e contribuições federais em janeiro atingiu R$ 102,57 bilhões, um recorde histórico, informou a Receita Federal. O resultado representa um crescimento real de 6,04% em comparação com janeiro de 2011. Em relação a dezembro do ano passado, a arrecadação teve um aumento de 5,57%. De acordo com os dados divulgados pelo governo, tiveram influência na arrecadação de janeiro o pagamento da primeiro cota ou cota única do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) apurado no último trimestre do ano. Influenciou ainda, segundo a Receita Federal, a antecipação de pagamentos, em janeiro de 2012, do ajuste anual do IRPJ e da CSLL referente ao lucro obtido no ano anterior.
Outro fator é o pagamento trimestral, em janeiro, dos royalties relativos à extração de petróleo, assim como o comportamento dos principais indicadores da economia que afetam a arrecadação, como a massa salarial, que cresceu 15,47% em dezembro de 2011 na comparação com dezembro de 2010. Também influenciou o resultado o crescimento de 4,3% na venda de bens e serviços no período.
Projeção
A secretária adjunta da Receita Federal, Zayda Bastos Manatta, avalia que o recorde de arrecadação de impostos e contribuições federais em janeiro não possibilita ainda uma projeção sobre a evolução do recolhimento dos tributos em 2012. Em relação a dezembro do ano passado, a arrecadação teve um aumento de 5,57%. “O mês de janeiro, por ser o primeiro do ano, não é uma base sólida para a gente fazer previsões para o comportamento da arrecadação durante o ano", disse Zayda. Embora considere prematuro fazer projeções, a secretária disse que a expectativa é que a arrecadação cresça durante 2012 em um patamar entre 4,5% e 5%.
Segundo ela, a elevação da arrecadação reflete vários fatores como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a formalização dos empregos, com o aumento das contribuições previdenciárias, por exemplo. O próprio salário mínimo, reajustado em janeiro para R$ 622, representa o aumento do consumo na renda das famílias, destacou Zayda. “E existe um conjunto de fatores e o comportamento da própria Receita Federal no sentido de recuperar créditos que deveriam ter sido buscados, mas não foram, para alavancar a arrecadação”, disse. A estimativa é que em 2012, só em arrecadações consideradas “atípicas” , incluindo as ações da fiscalização, entrem para os cofres do governo R$ 16 bilhões.