A entrada de dólares superou a saída em US$ 5,108 bilhões, em março, até o dia 9, de acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC). De janeiro até o dia 9, o saldo está positivo em US$ 18,095 bilhões. Em janeiro, o fluxo cambial ficou positivo em US$ 7,283 bilhões e, em fevereiro, em US$ 5,705 bilhões. No acumulado do ano passado, o saldo foi bem maior, chegando a US$ 30,361 bilhões. Neste mês, até 9, o segmento financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) registra saldo positivo de US$ 1,499 bilhão. O fluxo comercial (operações relacionadas a exportações e importações) também tem saldo positivo, de US$ 3,609 bilhões.
A forte entrada de dólares no país tem obrigado o governo a adotar medidas para proteger o real. Decreto publicado na última segunda-feira (12) elevou de três para cinco anos a cobrança de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas liquidações de operações de câmbio contratadas a partir dessa data, para ingresso de recursos no país (empréstimos externos). Essa foi é a segunda mudança relacionada ao IOF adotada em março. No dia 1º, o governo já tinha elevado de dois para três anos o prazo para a incidência do imposto nos empréstimos externos. Na prática, isso significa que o dinheiro terá de ficar mais tempo no país para evitar a taxação, desestimulando os recursos de curto prazo e que não são destinados à produção. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem avisado que o governo vai adotar, quando for necessário, medidas para defender o real. Segundo ele, a equipe econômica não ficará assistindo à guerra cambial de forma impassível.