A indústria ainda não encontrou sua trajetória de retomada do crescimento, mas a expectativa do setor para o resto do ano continua otimista, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria, baseada no resultado da Sondagem Industrial divulgada hoje (18) pela entidade, que apresentou crescimento de 52,9 pontos em março, contra 46,1 pontos em fevereiro. Apesar da alta, trata-se do menor crescimento para o mês de março desde o início da avaliação mensal, em 2010.
De acordo com o gerente da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, o resultado da sondagem ainda não permite uma avaliação segura das perspectivas para o resto do ano, mas ele considerou “um bom sinal” o fato de a pesquisa constatar que os estoques estão ajustados, isto é: preparados para atender à demanda, sem excessos ou carências.
“A expectativa ainda é crescimento para os próximos seis meses, mas ainda não se consegue mapear claramente sua intensidade”, afirmou Castelo Branco, ao anunciar o resultado da pesquisa, na sede da CNI. Conforme o estudo, a utilização da capacidade instalada (UCI), em relação ao usual, para o mês de março, atingiu 44,4 pontos, ante 43,5 pontos em fevereiro. O resultado, no entanto, foi menor do que o registrado em março de 2012 e março de 2011.
Outro dado da sondagem é a insatisfação dos empresários com o alto custo das matérias primas, inclusive limitando o impacto das desonerações de impostos promovidas pelo governo, sobre a confiança do empresariado, embora Castelo Branco considere que o resultado da pesquisa teve influência na manutenção das expectativas positivas do setor industrial.
Apesar de a insatisfação com as margens de lucro e a situação financeira das empresas ter aumentado no primeiro trimestre do ano, as expectativas dos industriais para abril sobre a demanda nos próximos meses “mantiveram-se otimistas”, com 60,1 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam expectativa de crescimento da demanda, informa a Sondagem Industrial da CNI.
Agência Brasil