Uma forte concentração de vencimentos de títulos corrigidos pela taxa Selic (juros básicos da economia) fez a Dívida Pública Federal (DPF) cair em março. De acordo com dados divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional, a DPF fechou o mês passado em R$ 1,941 trilhão, com queda de R$ 11 bilhões (0,57%) em relação ao estoque de R$ 1,952 trilhão registrado em fevereiro.
A dívida pública mobiliária – em títulos públicos - interna caiu de R$ 1,864 trilhão para R$ 1,852 trilhão. Isso ocorreu porque, no mês passado, o Tesouro resgatou R$ 28,2 bilhões em títulos a mais do que emitiu. Esse resgate foi parcialmente compensado pelo reconhecimento de R$ 15,9 bilhões em juros. O reconhecimento ocorre porque a correção que o Tesouro se compromete a pagar aos investidores é incorporada gradualmente ao valor devido.
A dívida pública externa encerrou março em R$ 88,7 bilhões, alta de 1,39% em relação a fevereiro, quando tinha atingido R$ 87,5 bilhões. Esse aumento foi impulsionado pela alta de 1,94% do dólar no mês passado.
O principal fator que contribuiu para a queda da dívida pública em março foi o elevado volume de vencimentos de títulos. Apenas no mês passado, R$ 56,9 bilhões em papéis do Tesouro venceram. A maior parte desse total, R$ 56,5 bilhões, correspondeu a títulos atrelados à taxa Selic, que costumam vencer no fim de cada trimestre.
Apesar de continuar abaixo de R$ 2 trilhões, o próprio Tesouro reconhece que a DPF voltará a subir nos próximos meses. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), divulgado em fevereiro, a tendência é que o estoque da Dívida Pública Federal encerre o ano entre R$ 2,1 trilhões e R$ 2,24 trilhões. Em dezembro, a DPF ultrapassou pela primeira vez a barreira de R$ 2 trilhões, mas caiu nos meses seguintes.
Agência Brasil