Mesmo diante do recorde nos últimos dias e de acumular alta de 15% em 2013, o dólar ainda está abaixo da taxa de equilíbrio. O câmbio de equilíbrio está entre R$ 2,70 e R$ 2,90, pelo menos 14% acima da cotação atual do dólar comercial, que encerrou a semana vendido a R$ 2,3534.
Os economistas definem a taxa de equilíbrio como aquela que é neutra para exportadores, importadores e produtores domésticos, sem fornecer incentivo específico a nenhuma das três partes.
Ainda destacam que, o processo piorou com a crise econômica nos países avançados, que fez algumas das economias mais importantes do mundo reduzir juros e desvalorizar artificialmente as moedas.
Na avaliação de Nassif, o que está ocorrendo atualmente é a correção desse processo. A recuperação dos Estados Unidos e de parte da Europa, ressalta, alimentou a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, reduza os estímulos monetários e aumente os juros da maior economia do planeta.
Apesar da desvalorização do real positiva no médio e no longo prazo, os economistas afirmam que o problema não é a correção do câmbio em si, mas a velocidade do ajuste.
O real está em segundo lugar entre as moedas que mais se desvalorizaram no mundo este ano, só perdendo para o rand sul-africano. A velocidade da desvalorização da moeda brasileira está ligada ao rombo nas contas externas do país, atualmente em torno de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
O déficit em contas externas mede a vulnerabilidade de um país em relação a crises internacionais. Isso porque o equilíbrio do balanço de pagamentos – que representa as transações entre o Brasil e o resto do mundo – passa a depender dos investimentos no mercado financeiro e dos investimentos estrangeiros diretos, quando companhias estrangeiras abrem filiais no país. Em caso de crise global, esses recursos fogem do Brasil e pressionam ainda mais o câmbio.