Indústria do RS fecha uma década de baixo crescimento

Balanço 2013 e Perspectivas 2014 foram apresentados pela FIERGS nesta terça-feira

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Em 2013, o Rio Grande do Sul completa uma década em que a produção da indústria se expande menos do que as vendas no comércio brasileiro. Desde 2004, a indústria cresceu apenas 6,3%, enquanto o comércio avançou 89%. Isso revela uma situação preocupante: os importados vêm substituindo os manufaturados locais. De janeiro a outubro deste ano, as importações desses bens superaram as exportações em US$ 107 bilhões, ultrapassando o total dos 12 meses de 2012, em que este diferencial foi de US$ 94 bilhões. Além disso, é o sétimo ano consecutivo em que essa conta fecha deficitária. Este cenário foi apresentado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do SuI (FIERGS), nesta terça-feira (10), durante o Balanço 2013 e Perspectivas 2014. “O crescimento da economia no Estado é apenas estatístico”, afirma o presidente da entidade, Heitor José Müller. 

De acordo com a FIERGS, 2013 se encerra com grande desconfiança quanto à capacidade da economia brasileira de acompanhar o ritmo de crescimento no resto do mundo. O Brasil deverá fechar o ano com uma elevação de 2,2% em seu PIB (em 2012, foi de 1,03%), inferior à média dos países emergentes, que chegará a 4,5%. No Rio Grande do Sul, o aumento do Produto Interno Bruto previsto é de 5,1%, mas diante de uma base de comparação baixa, que foi a queda de 1,8% no ano passado. “A indústria gaúcha vem andando de lado há bastante tempo, o crescimento médio nos últimos dois anos foi de apenas 1,6%”, enfatiza Müller. 
Tanto na indústria brasileira quanto na gaúcha, houve apenas uma recomposição de perdas acumuladas de anos anteriores, reação ao período recessivo que predominou em 2012. O presidente da FIERGS apontou os três principais fatores que colaboram para o baixo desempenho da indústria no RS: as barreiras argentinas para os produtos gaúchos, o Piso Regional no Estado e o Imposto de Fronteira. “A inflação subiu 22% até agora durante o governo Tarso, mas o piso deverá aumentar 58,8% caso a Assembleia Legislativa aprove o índice proposto. É difícil manter a competitividade com este encargo”, lamenta. 

Nos últimos três anos, o crescimento brasileiro fechará, em média, 2% ao ano, resultado inferior ao alcançado nos dez anos anteriores, quando o País avançou, também em média, 3,6%. O setor industrial sofre as consequências da ausência de ações mais efetivas voltadas à superação dos obstáculos estruturais que restringem a competitividade perante seus concorrentes internacionais, aponta a FIERGS. É improvável que o desempenho da indústria surpreenda positivamente nos próximos anos. 

A perspectiva para 2014 aponta para uma aceleração no nível da  atividade mundial, com aumento na contribuição das economias desenvolvidas, enquanto os países emergentes devem apresentar expansão moderada. O cenário para o próximo ano é de crescimento inferior ao de 2013, com 1,9% para o PIB brasileiro e 2,1% para o gaúcho. A principal causa para isso, segundo o presidente da FIERGS, é que não foram criadas as bases para que o crescimento econômico fosse sustentado no futuro. A resolução dos gargalos da infraestrutura, a evolução na qualidade da educação e as reformas visando a melhora no ambiente de negócios avançaram em velocidade inferior à necessária para gerar um novo ciclo de prosperidade. 

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