Os industriais gaúchos iniciaram 2014 menos otimistas devido ao ambiente de negócios para a empresa e às condições atuais da economia. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI/RS) recuou 0,7 ponto na passagem de dezembro para janeiro, atingindo 51,4 pontos, o valor mais baixo para o primeiro mês do ano desde 2010. Elaborado mensalmente pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), o levantamento varia numa escala de 0 a 100 pontos. Quanto mais os valores estiverem acima de 50 denotam maior otimismo e quanto mais abaixo, pessimismo. “A corrosão da confiança dos empresários gaúchos está relacionada ao alto grau de incerteza decorrente da situação econômica e sugere a continuidade do processo de desaceleração da atividade industrial nos próximos meses. Sem a restauração da confiança, que afeta as decisões de investir das empresas, pouco se pode esperar em termos de crescimento sólido do setor”, afirmou o presidente da FIERGS, Heitor José Müller.
O recuo da confiança foi determinado principalmente pela retração do Índice de Condições Atuais, que caiu 2,0 pontos em janeiro e fechou com uma avaliação negativa de 44,9 pontos. Para 45,1% dos empresários, a situação da economia brasileira piorou (em novembro eram 32,6% e em dezembro, 37,4%). Apenas 3,9% manifestaram opinião contrária. Os demais afirmaram que nada mudou nos últimos seis meses em relação às dificuldades já existentes. A percepção para o Rio Grande do Sul não foi muito diferente: 38,5% (ruim) e 6,5% (boa). “Os empresários costumam ser mais otimistas no início do ano, mas, diante das adversidades, 2014 começa com uma confiança menor que o habitual, com perspectivas para a demanda bastante moderada, projeção que se estende para o emprego, para as compras de matérias-primas e para as exportações”, avaliou Müller.
O componente de expectativas do ICEI/RS para o semestre permaneceu no campo moderado (54,7 pontos), sustentado pelo otimismo com o futuro das empresas (58,4 pontos), pois continuam pessimistas as perspectivas para as economias brasileira (47,3 pontos) e gaúcha (46,8 pontos).
Principais dificuldades - Outro levantamento da FIERGS, denominado Sondagem Industrial, apontou os entraves à competitividade enfrentados pelos industriais no último trimestre de 2013. Com respostas de múltipla escolha, os principais foram os seguintes: elevada carga tributária (64,1%), competição acirrada de mercado (38,6%), escassez de trabalhador qualificado (35,9%), alto custo da matéria-prima (34%) e falta de demanda (27,5%).