Após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo das expectativas na última semana, as instituições financeiras reduziram a projeção para a inflação oficial este ano. A estimativa ficou em 6,39% e continua, portanto, próxima do teto da meta (6,50%) estabelecida pelo governo. Nas últimas duas semanas, a projeção ficou no teto da meta e na pesquisa às instituições financeiras divulgada no dia 22, a projeção para o IPCA chegou a ultrapassar o limite superior da meta, ao atingir 6,51%. Para 2015, a estimativa segue em 6%, há quatro semanas. As projeções são da pesquisa semanal que o Banco Central (BC) faz a instituições financeiras.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na última sexta-feira (9), em abril o IPCA apresentou variação de 0,67%, 0,25 ponto percentual inferior à alta do mês de março (0,92%). Com este resultado, o IPCA, que é utilizado pelo governo para balizar as metas de inflação fixadas pelo BC, acumula nos primeiros quatro meses do ano alta de 2,86%, acima da taxa de 2,5% em igual período de 2013. Em 12 meses encerrados em abril, o IPCA ficou em 6,28%.
É função do BC fazer com que a inflação fique dentro da meta. Um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação, é a taxa básica de juros, a Selic.
Essa taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.
O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
A mediana das expectativas (que desconsidera os extremos nas projeções) das instituições financeiras para a Selic, ao final deste ano, segue em 11,25% ao ano. Para o final de 2015, a projeção também não foi alterada (12,25% ao ano). Atualmente, a Selic está em 11% ao ano, após passar por nove altas seguidas. Apesar de esperar uma Selic maior ao final do ano, as instituições não esperam que o aumento venha na reunião do Copom deste mês. Para maio, a previsão é manutenção da Selic no atual patamar.
A pesquisa semanal do BC também traz a mediana das expectativas para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que foi alterada de 7,39% para 7,25%, em 2014. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 7,32% para 7,21%, este ano. Em 2015, a projeção para os dois índices segue em 5,5%.
A estimativa da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) passou de 6,06% para 6,10%, este ano, e permanece em 5%, em 2015.
Agência Brasil