O nível de emprego na indústria fechou os primeiros quatro meses do ano com queda de 2%, na comparação com o mesmo período do ano anterior, intensificando, assim, o ritmo de queda em relação ao registrado no último quadrimestre do ano passado (-1,7%). Os resultados negativos predominaram em todas as bases de comparação do ano anterior. A constatação é da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo os dados da pesquisa, em abril o total do pessoal ocupado assalariado na indústria mostrou variação de - 0,3%, na comparação com março, após dois meses consecutivos de taxas positivas (0,1% em fevereiro e 0,2%). Na comparação com abril de 2013, o emprego industrial registrou queda de 2,2%, neste caso o trigésimo primeiro resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e o mais intenso desde dezembro de 2009 (-2,4%); enquanto a taxa acumulada nos últimos 12 meses recuou 1,5%, mantendo a trajetória ligeiramente descendente iniciada em agosto do ano passado (-1%).
De acordo com os técnicos do IBGE, a queda de 2,2% reflete retrações no número de pessoal ocupado em 11 dos 14 locais pesquisados, com o principal impacto negativo sendo observado em São Paulo, o maior parque fabril do país, onde o emprego chegou a recuar 3,3%, pressionado em grande parte pela redução no total do pessoal ocupado em 13 das 18 atividades.
Os destaques negativos, neste caso, ocorreram nas indústrias de produtos de metal (-15,4%), produtos têxteis (-10,6%), máquinas e equipamentos (-3,8%), calçados e couro (-13,8%), refino de petróleo e produção de álcool (-11,0%), meios de transporte (-2,8%), alimentos e bebidas (-1,6%), outros produtos da indústria de transformação (-5,6%) e papel e gráfica (-3,3%).
Numa análise regional, os estados que apresentaram quedas mais significativas foram Rio Grande do Sul (-4,6%), Paraná, (-3,7%) e Minas Gerais (-2,2%). Em contrapartida, entre os três locais pesquisados com resultados positivo no emprego, destacam-se, Pernambuco (4,4%) e Região Nordeste (0,3%).
Os números divulgados pelo IBGE indicam, ainda, que na comparação abril 2013/abril 2014, houve recuou em 13 dos 18 ramos pesquisados, com destaque para as pressões negativas vindas de produtos de metal (-7,3%), calçados e couro (-8,5%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-7,0%), meios de transporte (-3,5%), refino de petróleo e produção de álcool (-10,4%), produtos têxteis (-5,1%) e máquinas e equipamentos (-2,8%).