Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI) o período promissor vivido pelo setor da construção civil está cada vez mais distante. Pela primeira vez, desde dezembro de 2009, o indicador de expectativa em relação a novos serviços e empreendimentos caiu para 49 pontos, em agosto. De acordo com a CNI, o índice aponta uma queda no setor nos próximos seis meses. A perspectiva também reflete na contratação de serviços, compra de matérias-primas e insumos, e no número de empregados do setor. Já o indicador relativo à expectativa para os próximos seis meses sobre o nível de atividade ficou em 49,6 pontos.
Os valores apresentados pela sondagem variam de 0 a 100 pontos. Quando abaixo de 50 pontos, os indicadores revelam expectativas negativas do empresariado. Ainda segundo a pesquisa, em agosto, o indicador de expectativa de compras de matéria-prima caiu para 48,2 pontos e o de número de empregados recuou para 48,5 pontos.
O pessimismo dos empresários vem após um dos melhores períodos vividos pelo setor. De janeiro de 2010, quando o indicador sobre a expectativa do nível de atividade para os seis meses subsequentes chegou a 68,8 pontos, até meados de 2012, quando esse indicador começou a diminuir, a construção civil viveu um período muito forte e de grande crescimento. Havia uma perspectiva de crescimento acentuado. Os resultados obtidos eram inclusive superiores aos que os empresários projetavam.
Período anterior
O período anterior estava positivo por causa dos investimentos e pelo impulso que se teve para a compra de imóveis por pessoas físicas, motivados principalmente pelo destravamento dos financiamentos e pela queda da taxa de juros. Também serviram para moldar esse cenário os programas Minha Casa, Minha Vida e de Aceleração do Crescimento, que contribuíram significativamente par as obras de infraestrutura.
Para a CNI, a falta de confiança dos empresários é resultado da retração da atividade no setor. Em julho, o indicador do nível de atividade caiu para 44,9 pontos; o de nível efetivo em relação ao usual baixou para 42,3 pontos; e o indicador de número de empregados recuou para 44,2 pontos, o menor da série histórica. Já o nível de utilização da capacidade instalada manteve-se em 69%.
Neste momento, a situação financeira das empresas não se encontra favorável, e os empresários têm demonstrado insatisfação com a situação financeira, com a margem de lucro operacional e com o acesso ao crédito. O impacto mais forte está relacionado à desaceleração da economia e à menor confiança dos consumidores.
Pesquisa
A pesquisa da CNI foi feita entre 1º e 12 de agosto, com 572 empresas, das quais 193 de pequeno porte, 244 médias e 135 grandes.