Segundo a Serasa, órgão de proteção ao crédito, 57 milhões de brasileiros estão inadimplentes. “De modo geral, a inadimplência varia em torno 6,6%, segundo dados nacionais, do Banco Central, índice considerado alto”, afirma o diretor do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) de Passo Fundo, Volmir Danielli. De acordo com ele, o que levou a um volume tão alto foi a facilidade de crédito. “Há cerca de um, dois anos atrás, o crédito estava facilitado, o que é bom para a economia, mas as pessoas tiveram a oportunidade de comprar carro, comprar casa, mobiliar a casa, e fizeram muitas prestações, sem somá-las, e isso sobrecarregou o orçamento familiar e sempre tem no meio disso os percalços, como o desemprego, uma doença, e que geram a inadimplência”, analisa o diretor.
Ainda conforme dados do Serasa, o total de consumidores com dívidas em atraso é maior do que o verificado em agosto de 2013, quando foram registrados 55 milhões. No mesmo mês de 2012, 52 milhões de pessoas estavam nessa situação. O estudo também mostra que 60% dos inadimplentes têm contas mensais a pagar que custam acima de 100% de sua renda mensal. Além disso, 53% dos endividados acumulam até duas dívidas não honradas.
Entretanto, contrariando a tendência, em julho, Passo Fundo registrou um crescimento de 5,7% no número de pessoas que conseguiram quitar suas dívidas e ter seu nome fora do registro do SCPC em relação ao mês de junho. “Nem tudo são más notícias. Sempre há aquela recuperação de crédito, que são as pessoas que embora inadimplentes estão conseguindo pagar, aos poucos”, comenta Danielli.
Já no período compreendido nos últimos 12 meses, houve queda na recuperação de crédito, na ordem de 2%. “O número do mês de julho foi bastante otimista, pois o normal numa época como esta, de alta inadimplência, é uma recuperação lenta do crédito, como se comprova nos últimos 12 meses”, salienta o diretor do SCPC.
Renegociar é a melhor opção
Para quem já está com o nome registrado no SCPC, mas quer cumprir com seus compromissos, a dica é procurar o estabelecimento credor e pedir uma renegociação. “A pessoa que está com o nome registrado tem que procurar o seu credor e negociar. A melhor maneira de sair do SCPC certamente é a renegociação, recalcular a dívida. No momento que recalcula e coloca o valor dentro do orçamento, consegue ir pagando e vai ficar com o nome tranquilo para uma emergência, uma eventualidade, porque se deixar estourar é pior, aí cria juros sobre juros, multas, vai só aumentando essa conta”, avalia Danielli.