Depois de um primeiro semestre de poucas vendas, as notícias não são animadoras para quem procura concorrer a uma vaga temporária no comércio. O tradicional incremento no número de funcionários para atender os consumidores no final do ano, quando as vendas aumentam com as compras de Natal e a injeção do décimo terceiro na economia, não vai acontecer. Pelo menos não como nos últimos dois ou três anos. A expectativa é de uma diminuição de até 80% nessas vagas.
É isso que os números vem demonstrando até agora. “A tendência é de redução nas contratações, e já se começa a sentir porque as grandes empresas, as lojas maiores, que começam a selecionar pessoas em setembro para poder oferecer treinamento e confeccionar o uniforme, o que precisa de pelo menos 60 dias, 90 dias para ter o profissional apto para desenvolver as suas funções, não estão selecionando pessoal”, lamenta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Passo Fundo, Agadir Stramari.
De acordo com ele, o pedido de novos funcionários para seleção está de 70 a 80% inferior aos últimos anos, o que está diretamente ligado com as vagas disponíveis. “O que nos parece é que vai haver sim uma redução bastante grande nas contratações temporárias. Também conversando com a Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV) que fez um trabalho de pesquisa junto aos nossos lojistas, a tendência é uma diminuição considerável, em torno de 20 a 30% ,nas contratações nas vagas temporárias para o próximo verão, nas lojas de praia”, comenta.
A justificativa é o péssimo primeiro semestre vivido pelo comércio em virtude dos dias de lojas fechadas nos jogos da Copa do Mundo e a falta de frio, que empacou a moda inverno nas prateleiras. “A falta de vendas na verdade deixou o empresário meio receoso de se antecipar nas contratações. Então, se houverem contratações, serão de última hora, me parece, pelo que se conversa com os empresários da cidade. Infelizmente, será um ano de poucas contratações temporárias”, salienta Stramari.