Economista alerta que o momento econômico é de cautela

Em vitória apertada, Dilma Roussef foi reeleita, mas terá de convencer quase metade do eleitorado de que dará um novo rumo econômico para acalmar mercado

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Dilma Roussef (PT) foi reeleita presidente do Brasil neste domingo (26), mas nos bastidores do mercado financeiro, o clima é de muita insegurança. Em primeiro lugar pelo suposto envolvimento dela no escândalo da Petrobras e, em segundo, porque a presidente precisará convencer os investidores que tem capacidade de definir os rumos da economia para os próximos quatro anos, afinal quase metade do eleitorado votou no seu oponente, Aécio Neves. Antes mesmo da eleição, a indefinição do cenário político traduziu-se num volume muito baixo de negócios. Segundo o economista e professor da Universidade de Passo Funfo, Julcemar Zilli, os investidores estrangeiros recuaram temendo o envolvimento de Dilma Roussef no caso da Petrobras. “ Este comportamento foi motivado por uma dúvida no mercado financeiro sobre a sua capacidade de gestão em função dos escândalos envolvendo a Petrobras, onde há indícios de que ela tinha conhecimento sobre os desvios e nada foi feito. Automaticamente aumenta a desconfiança de quem tem dinheiro para investir”, explica.

O primeiro impacto pós eleições presidenciais foram evidentes nesta segunda-feira (27). A Bolsa de Valores de São Paulo, o índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador do mercado acionário brasileiro, abriu em queda e na metade da tarde se desvalorizava 2,40% aos 50.691 pontos e forte volume financeiro negociado de R$ 13,3 bilhões. As ações da Petrobras chegaram a recuar 14%. O real caiu 4% frente ao dólar, indo ao patamar de R$ 2,56 e voltando às máximas desde 2008, quando valor atingiu R$ 2,6190 em dezembro daquele ano. Antes das eleições, na sexta-feira (24), o real fechou com alta de 1,99%, e a bolsa ganhou 2,42%, depois de acumular uma queda de 6,7% durante a semana. “Isso acontece porque os investidores estão retirando seus investimentos do Brasil para aguardar um novo posicionamento da administração, forçando a desvalorização cambial”, acrescenta.

Mudanças no governo
Para Zilli, esse cenário torna urgente a tomada de decisões do governo federal para acalmar os ânimos, fato que parece já estar se confirmando logo após o fechamento das urnas com algumas especulações sobre a nova composição da equipe econômica do próximo governo. Ao que tudo aponta, a presidente pretende pretende manter Alexandre Tombini à frente do Banco Central e deve convidar o empresário Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José Alencar, para assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Para o Ministério da Fazenda, o nome mais cotado é Aloizio Mercadante, que deixaria a Casa Civil, na qual seria acomodado Jaques Wagner, que está terminando o mandato como governador da Bahia. “A partir do momento que ela montar a sua estrutura política com seus ministérios, passa a dar mais tranquilidade para o mercado e a tendência é estabilizar este clima de insegurança. Ou seja, os investidores estrangeiros devem retornar e olhar o Brasil com bons olhos”, afirma. 

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