O 13º salário é sempre uma esperança no final do ano. O dinheiro a mais que entra na conta pode representar um alívio ou agravar os problemas financeiros se não for usado com planejamento. O economista, educador financeiro e professor da UPF Ginez de Campos dá dicas de como utilizar o salário extra para entrar em 2015 com tranquilidade e, quem sabe, até com uma folga nas finanças.
No final do ano é comum as pessoas fazerem planos para investir o 13º salário. No entanto, se a aplicação deste dinheiro não for bem calculada, ela pode acabar agravando a situação de endividamento. O economista explica que 13º deve ser usado a partir do estabelecimento de prioridades. “A primeira é pagar dívidas vencidas, ou seja, eliminar contas atrasadas. A ideia é sair da condição de inadimplente para voltar a ter crédito na praça. Sem falar no fato de que os juros fazem a dívida crescer mais ainda. Deve-se neste caso negociar com os credores um bom desconto para quitação imediata da dívida”, sugere. Ele orienta ainda que se o valor da dívida for superior, as pessoas devem procurar amortizar uma parte dela e renegociar o saldo restante em melhores condições de pagamento.
Após o pagamento de dívidas em atraso, a dica seguinte, que vale para diferentes faixas etárias, é reservar sempre uma parte do valor para suprir situações imprevistas. “Reforçar a poupança é sempre uma boa decisão no que tange a gestão das finanças pessoais. É importante não esquecer que iniciamos o ano novo com gastos que são inevitáveis como IPVA, IPTU, material escolar”, lembra ao destacar que gastar todo o 13º nas festas de final de ano e nas férias pode ser uma decisão não muito inteligente para iniciar um novo ano.
Principal erro
De acordo com Ginez, o principal erro cometido pelas pessoas nessa época do ano é gastar todo o 13º em consumo, principalmente em bens supérfluos. “Estaremos iniciando um novo ano (2015) com um cenário macroeconômico ameaçado por baixo crescimento da economia e inflação (estagflação) que poderá se agravar com a possibilidade do fantasma do desemprego. Usar o 13º salário para criar um novo ciclo de consumo e dívidas pode ser uma decisão de alto risco e de alto custo no futuro”, adverte.
Mesmo para quem não está endividado a orientação é a de não se gastar todo o dinheiro imediatamente, mas reservar uma parte do valor. “Depositar em uma poupança ou qualquer outra aplicação financeira (investimento de renda fixa, por exemplo) pode ser uma decisão acertada. Guardar recursos em um cenário de incertezas como o atual é sempre uma escolha inteligente e cautelosa”, argumenta.
Boa aplicação ajuda a equilibrar as finanças
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