Os investimentos na economia brasileira devem superar R$ 4,1 trilhões no período de 2015 a 2018, segundo estimativas divulgadas hoje (3) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor é 17,1% superior ao realizado no período de 2010 a 2013, de acordo com o banco.
Os dados constam de estudo do BNDES que preveem investimentos para o período. Os recursos envolvem não só financiamentos do BNDES, mas também de outras fontes de fomento. No total, o estudo abrange 22 setores da economia, segundo informou o superintendente da Área de Pesquisas Econômicas do BNDES, Fernando Puga.
A maior parte dos investimentos (R$ 1,6 trilhão) deverá ser feita no setor de agricultura e serviços. Nesse segmento, o aumento deve ser 11% em relação ao período de 2010-2013. O maior crescimento é esperado no setor aeroespacial (187%), segmento que deverá receber R$ 12 bilhões nos próximos quatro anos.
Outro setor que deverá concentrar boa parte dos investimentos é o de residências (R$ 963 bilhões, ou seja, 19% a mais). A indústria deve receber investimentos de R$ 909 bilhões no período, ou seja, 18,5% a mais do que no período 2010-2013.
No segmento industrial, destacam-se investimentos em petróleo e gás (R$ 509 bilhões, ou seja, 42,1% a mais), demais setores (R$ 121 bilhões, ou 8% a mais) e automotivo (R$ 59 bilhões, ou 0,4%). A indústria aeroespacial deverá ter o maior crescimento entre todos: 187%, somando investimentos de R$ 12 bilhões.
O BNDES também espera queda de investimentos em pelo menos quatro setores da indústria: sucroenergético (-40,5%), siderúrgico (-38,5%), alimentos (-15,8%) e extrativa mineral (-8%).
Os investimentos em infraestrutura devem somar R$ 598 bilhões no período 2015-2018. A estimativa é 30,8% superior ao período 2010-2013. O setor elétrico terá investimentos de R$ 192 bilhões (crescimento de 0,5%), enquanto as telecomunicações deverão receber R$ 141 bilhões (37,8% a mais).
Os demais setores da infraestrutura deverão receber os seguintes volumes de investimentos: infraestrutura social (R$ 87 bilhões), rodovias (R$ 80 bilhões), ferrovias (R$ 45 bilhões), portos (R$ 36 bilhões) e aeroportos (R$ 16 bilhões).
O superintendente da Área de Pesquisas Econômicas do BNDES, Fernando Puga, destacou que o crescimento de 17% é importante, mas o principal destaque da pesquisa é o perfil desses investimentos, que nos próximos quatro anos deverão ter qualidade maior do que os realizados nos quatro anos anteriores.
“É uma mudança na qualidade, com o investimento mais intensivo em tecnologia e menos em capital. No setor de petróleo e gás, há uma perspectiva mais desafiadora que é explorar o petróleo na camada pré-sal. Nas telecomunicações, serão investimentos pesados em 4G que requerem alta tecnologia. Na energia elétrica, teremos investimentos muito maiores nas energias novas. Temos uma mudança na qualidade dos investimentos”, disse.
Agência Brasil