Mesmo apresentando níveis baixos em termos históricos, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) avançou 1,3% de novembro para dezembro deste ano, passando de 99,8 para 101,1 pontos, na série com ajuste sazonal. Na avaliação da FGV, a alta de dezembro leva a tendência de queda, que vinha sendo identificada pela série de médias móveis trimestrais, a perder força neste final de ano.
“A persistência da inflação elevada e a fragilidade das condições econômicas têm reflexos negativos na percepção das empresas, atuando simultaneamente nas avaliações do momento atual e das expectativas”. Na avaliação do economista Sílvio Sales, consultor do Ibre-FGV, apesar desta constatação, “os sinais recentes de suavização da queda e o patamar baixo do indicador abrem espaço à estabilização da curva de confiança ao longo dos próximos meses”.
As informações indicam que o movimento positivo do ICS em dezembro alcançou sete de 12 atividades e foi determinado tanto pelas avaliações sobre o momento presente quanto pelas expectativas em relação aos meses seguintes. O Índice de Situação Atual (ISA-S) avançou 2,5%, após queda de 3,8% no mês anterior. O Índice de Expectativas (IE-S), que havia recuado 1,1% em novembro, apresentou discreto crescimento: 0,6%.
A FGV lembra que o ICS situou-se sistematicamente abaixo da média histórica ao longo de 2014, com um movimento claramente declinante ao longo do ano. Em consequência, mesmo após altas discretas em outubro e dezembro, o nível médio no quarto trimestre, de 100,9 pontos, terminou sendo o segundo menor da série, ficando atrás somente do primeiro trimestre de 2009 (100,4).
Já a variação positiva de 0,1% do índice medido em médias móveis trimestrais, que consiste no melhor resultado desde dezembro de 2013 (0,3%), apresenta-se como a notícia favorável deste final de ano.
A FGV ressalta, ainda, que o resultado positivo do ISA-S de novembro para dezembro foi determinado pelo aumento de 5,4% do Indicador de Situação Atual dos Negócios. “A proporção de empresas que percebem a situação dos negócios como boa passou de 11,6% para 13,8% e a das que avaliam esse aspecto como ruim declinou de 31,6% para 29,5%”, informa.
Já o Indicador de Volume de Demanda Atual recuou 0,8%, com diminuição da proporção de empresas que avaliam o volume de demanda atual como forte de 7,4% para 5,9%. A parcela das que o avaliam como fraco também caiu, mas em menor magnitude, de 34,8% para 33,9%.
A melhora do IE-S de novembro para dezembro foi determinada pela alta de apenas um de seus dois componentes: o Indicador de Tendência dos Negócios. O avanço de 2% do indicador, no entanto, foi motivado pela diminuição da proporção de empresas esperando piora da situação dos negócios, de 12,4% para 8,9% do total, enquanto a parcela das que esperam melhora passava de 35,2% para 34,1%.
A edição de dezembro de 2014 coletou informações de empresas entre os dias 1º e 19 deste mês. A próxima divulgação da Sondagem de Serviços ocorrerá em 30 de janeiro de 2014.
Agência Brasil