A projeção inicial era de um crescimento modesto, em torno de 6%. Já ao longo do mês de dezembro, com o início das vendas para o Natal, especulava-se um crescimento de 2,5%. Mas o índice final não foi qualquer um destes, e também não foi positivo. Neste Natal, o comércio de Passo Fundo vendeu 0,7% a menos que o ano passado. Resultado de um ano difícil para o setor, com vários dias de horário reduzido de atendimento em virtude dos jogos da Copa e também pela incerteza no campo da política, já que 2014 se tratava de um ano eleitoral.
“Não esperávamos por um resultado negativo, queríamos um resultado positivo”, comenta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Passo Fundo, Agadir Stramari. “Mas fazendo uma análise mais detalhada dos números, o crescimento de 2012 para 2013 foi muito bom, o que tornou mais difícil de superar este ano. E ainda ficamos melhor que o resultado do país, que ficou negativo em 1,7%. Passo fundo ficou com 0,7%. Ontem (segunda) falava também com a AGV (Associação Gaúcha do Varejo), Porto Alegre o índice negativo ficou em torno de 1,2%, então estamos dentro do que aconteceu no país. Esperávamos um crescimento, mas infelizmente não aconteceu”, avalia Stramari.
Para o presidente da entidade, a incerteza provocada pelo momento político, escândalos e especulação de cortes em investimentos refletiram diretamente nas vendas do varejo. “O momento político que vivemos também criou um mal estar nas pessoas. Não dá uma certeza do dia de amanhã, os imbróglios políticos acabam deixando as pessoas sempre receosas de fazer uma prestação maior. A venda aconteceu, mas foi um ticket menor. Houve a venda? Houve, mas com valores menores. As pessoas procuraram comprar em no máximo duas ou três parcelas para não criar uma prestação a médio e longo prazos”, salienta.
Apesar disso, otimismo para 2015
Mesmo com o resultado bastante abaixo do esperado, Stramari aponta uma projeção positiva nisso: os consumidores não se endividaram, o que deve fazer com que tenham mais renda disponível em 2015. “Se tivemos esse resultado ruim no Natal, de outro lado estamos entusiasmados para o próximo ano. Se não houve endividamento, se não houve prestações mais a longo prazo, sinal de que podemos ter um ano um pouco melhor que os economistas estão colocando. Já que as pessoas não comprometeram a sua renda, poderemos ter um 2015 mais tranquilo em que as pessoas poderão fazer as suas compras, os seus investimentos”, projeta o presidente da entidade.