Alta nos juros requer maior atenção dos consumidores

Para quem está com a intenção de fazer compras, a palavra-chave deve ser a pesquisa: de preços, de juros e de condições de pagamento

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Especialista alerta para que consumidores evitem comprar por impulsoEspecialista alerta para que consumidores evitem comprar por impulso
Especialista alerta para que consumidores evitem comprar por impulso
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O momento não é bom para quem estava com a intenção de fazer alguma compra para pagamentos a longo prazo. O anúncio feito pelo Banco Central (BC) na última quarta-feira (21) de reajuste nos juros básicos da economia deve ser encarado como sinal de alerta pelos consumidores. Quanto mais mais prestações, mais juros estarão sendo pagos. Por isso, a dica é: dentro do possível, compre à vista. “O governo aumentou a taxa Selic e também o IOF e isso obviamente aumenta o custo do crédito”. A afirmação é do professor coordenador do Balcão do Consumidor, órgão vinculado à Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo (UPF), Rogério Silva. “Essas medidas são tomadas com um objetivo só: o governo quer tapar o furo e segurar a inflação”, salienta. E quem paga a conta é o consumidor que estiver desatento.

Conforme Silva, a regra é sempre a mesma: o consumidor, quando vai adquirir um produto primeiro precisa comparar preços: “fazer aquela pesquisa em várias lojas. Hoje através da internet também é possível fazer a pesquisa, e verificar quanto está sendo cobrado de juro ao mês e ao ano. Se vou comprar, por exemplo, um televisor que custa R$ 1 mil à vista, e programar para pagar em 24 meses, vou pagar quanto no final? É claro que com essas medidas que o governo anunciou o juro ficou mais caro, ficou mais elevado. Então, sempre recomendo isso: fazer a pesquisa de preço nas lojas e na internet, e comparar quanto pagaria se for à vista e se for a prazo. É certo que quanto mais alongar, mais vai estar pagando de juros, muitas vezes acaba equivalendo ao valor de dois produtos ou mais”, ensina o professor.
Ele lembra ainda que uma forma de não cair na armadilha de pagar muitos juros é fazer prestações para poucos meses. “Se tiver um dinheiro para dar de entrada, ótimo. Se puder comprar à vista, aí que tem mesmo é que barganhar e comparar entre um estabelecimento e outro.

O que não dá é para acreditar nas promessas de 10 vezes sem juros, isso é uma falácia. Se o governo está aumentando os juros e você vai pagar em 10, 12 vezes, ou 15, é óbvio que existem juros. É uma questão mais de educação do consumidor, de ele perceber, fazer os cálculos e não comprar por impulso, e ir buscar a melhor oferta, tanto em produto quanto em juro”, explica. Por isso, ele recomenda cautela, muita pesquisa, e negociação. “É aquilo que a gente sempre insiste: o brasileiro tem que aprender a pesquisar juros, qual a taxa que a loja pratica. O juro muda de estabelecimento para estabelecimento”, alerta o especialista.

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