O Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI-RS) recuou fortemente na passagem de janeiro (44,4 pontos) para fevereiro (37,3 pontos), atingindo o menor valor da série histórica, iniciada em 2005. Este ciclo de queda, que soma 11 meses, é o mais longo já registrado. “A indústria está fragilizada há algum tempo, agora terá de enfrentar aumento de custos, como nos preços dos combustíveis e energia elétrica, aperto na taxa juros e retirada dos incentivos. Tudo isso está ocorrendo num ambiente de desaceleração econômica e inflação elevada”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller. Elaborado mensalmente pela entidade, o levantamento varia numa escala de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos denotam otimismo e, abaixo, pessimismo.
O resultado de fevereiro foi influenciado principalmente pela percepção dos empresários em relação ao indicador das condições atuais, que recuou 4,3 pontos em comparação com o mês anterior, totalizando 31,6 pontos. Neste item, a pressão ocorreu pela piora nas avaliações dos industriais sobre a situação da economia brasileira (de 25,3 para 19,7 pontos) e da própria empresa (de 41,2 para 37,5 pontos). "O cenário que já era desfavorável para a economia brasileira torna-se alarmante com a possibilidade de racionamento de energia e água", comentou Müller.
Nessa base de comparação, as perspectivas para os próximos seis meses também ficaram ainda mais difíceis e levaram todos os índices a valores mínimos históricos. O indicador de expectativas retraiu de 48,5 para 40,2 pontos, impactado, sobretudo, pela degradação do cenário econômico nacional, que encolheu 11,3 pontos e atingiu 26 pontos. Além disso, pela primeira vez, o ICEI-RS detectou falta de confiança com o futuro dos negócios empresariais, ao ficar abaixo da linha dos 50 pontos.
Confiança do industrial gaúcho atinge o menor nível
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