Vendas devem crescer apenas 4%

Expectativa é tímida por conta da experiência com as últimas datas comemorativas e também pela falta de confiança da população no governo, conforme atribui presidente da CDL

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Calçados e confecções devem estar entre os mais vendidos para a dataCalçados e confecções devem estar entre os mais vendidos para a data
Calçados e confecções devem estar entre os mais vendidos para a data
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A crise bate à porta e pode não movimentar muito o comércio para o Dia das Mães – a segunda data mais importante no setor – em comparação a outros anos. A previsão da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do RS (Fecomércio) é de um resultado igual ao de 2014, ou seja, sem crescimento. E não só esse desempenho deve se repetir. Para agradar às mamães o consumidor deve investir principalmente em peças de vestuário como presente (41,3% deles), a exemplo do ano passado. Perfumes e cosméticos ficam em segundo lugar na preferência, com 17,1%.

Em Passo Fundo a expectativa é um pouco diferente. A projeção da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) é de um crescimento entre 2% e 4% em relação a igual período do ano passado. “Esperamos este crescimento em virtude de que a data é a segunda melhor para o comércio, perdendo apenas para o Natal. E como se trada de Dia das Mães, todos querem presentear, nem que seja com uma pequena lembrança”, explica o presidente da CDL de Passo Fundo, Agadir Stramari.

A percepção da entidade também é por um diversificação nos segmentos que devem vender mais. Com a chegada do frio, o comércio de vestuário e calçados deve ser um dos que mais realize vendas, mas existe a previsão também de aumento da venda de celulares, perfumes e bijuterias: “depende do estilo de cada mãe, os filhos sempre procuram agradar”, comenta Stramari. De outro lado, o presidente da entidade atribui as vendas não tão boas das últimas datas comemorativas ao cenário nacional, de falta de confiança da população no governo, o que gera uma contenção de gastos.

Pesquisa do Fecomércio

Os dados que indicam como será a data no varejo constam em pesquisa divulgada pela Fecomércio na semana passada, a partir de entrevistas com consumidores de ambos os sexos e diferentes classes sociais feitas em Porto Alegre, Santa Maria, Caxias do Sul, Ijuí e Pelotas, que representam as regiões gaúchas. O levantamento aponta ainda que o número de presentes será apenas um, comprado preferencialmente em lojas do centro das cidades. A intenção desses consumidores é gastar, em média, R$ 135,99 por pessoa com a data (um pouco acima disso os homens e menos as mulheres). Já o valor do presente será de R$ 133,21, em média.

A economista-chefe da Fecomércio, Patrícia Palermo, explica que esse valor não é tão baixo, quase o mesmo do ano passado. O problema é que os preços dos produtos é subiram, dentro de um cenário de atividade econômica fraca e de reajustes de tarifas como a energia elétrica, indispensável às pessoas. “E de crédito mais caro e estrito e de baixa confiança do consumidor”, acrescenta. 

Comportamento

A economista analisa também porque os gastos entre os consumidores do sexo masculino serão maiores. Para ela, é uma questão de comportamento, e pesquisas anteriores indicam que os homens associam muito preço à qualidade. Outro detalhe: as pessoas compram conforme a renda, e é sabido que “eles” recebem salários maiores do que os “delas”.

Mais um indicador da pesquisa é que 80,5% respondeu que pretende comprar o presente da mãe pagando à vista. Segundo a economista, esse é o planejamento que as pessoas fazem, mas o que acontecerá, de fato, dependerá das finanças de cada um. O certo é que o número de parcelas na compra – no caso de quem pretende lançar mão do crédito – será menor. “Os juros estão mais elevados”, lembra.

A data

O Dia das Mães só perde para o Natal em vendas. Depois vêm o Dia da Criança, que cresce de importância ano a ano, e o dos Namorados e, na sequência, o Dia dos Pais. Porém, neste ano a comercialização não terá crescimento. No anterior, em relação a 2013, o setor comemorou alta de 5% (já descontada a inflação), segundo balanço do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O mesmo órgão apontou que em janeiro último as vendas caíram 2% em relação a idêntico mês do ano passado e em fevereiro, 7,3% - neste caso foi um mês atípico, por causa do carnaval.

A pesquisa

* Número médio de presentes – 1,21

* Preferência para presentear – vestuário (41,3%)

* Gasto médio pessoal com a data – R$ 135,99

* Custo do presente (em média) – R$ 133,21 (sendo de R$ 137,67 entre os homens e de R$ 130,07 entre as mulheres)

* 80,5% pretende comprar à vista

Intenção de presente

Vestuário 41,3%

Perfumes/ cosméticos 17,1%

Calçados 11,5%

Eletroeletrônicos/ eletrodomésticos 11,2%

Artigos de Decoração 5,3%

Flores 5,3%

Cesta com presentes 2,5%

Chocolates 2,2%

Relógio/joias 2,0%

Celular 1,7%

Bolsa 1,4%
Outros 6,7%

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