Pesquisa traça perfil do endividamento

Essa pesquisa, realizada em 2011 e em 2013, a partir de uma demanda encaminhada pelo Balcão do Consumidor, apontou que, em termos de gênero, as mulheres acabam endividando-se, especialmente porque são responsáveis pelas compras para a família.

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Equipe que atua na pesquisa contempla professores da UPF e egressos do curso de Ciências EconômicasEquipe que atua na pesquisa contempla professores da UPF e egressos do curso de Ciências Econômicas
Equipe que atua na pesquisa contempla professores da UPF e egressos do curso de Ciências Econômicas
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Pesquisa realizada em 2011 e em 2013 mostrou que o percentual de passo-fundenses inadimplentes passou de 7% para 13,2%, no período. Os dados foram coletados durante a pesquisa “Endividamento e educação financeira: uma análise socioeconômica das famílias do Corede Produção”, realizada pela Empresa Júnior da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade de Passo Fundo (Feac/UPF) e traçou o perfil da inadimplência em Passo Fundo.

Essa pesquisa, realizada em 2011 e em 2013, a partir de uma demanda encaminhada pelo Balcão do Consumidor, apontou que, em termos de gênero, as mulheres acabam endividando-se, especialmente porque são responsáveis pelas compras para a família. Em se tratando de faixa etária, os idosos devem mais, principalmente porque realizam empréstimos a familiares e, com desconto na aposentadoria, não conseguem pagar os gastos mensais; já os jovens também figuram entre os principais endividados, principalmente por terem renda instável e pela irresponsabilidade com algumas compras.
 
Os dados coletados com a pesquisa mostram que o uso de cheque reduziu significativamente e as pessoas têm optado por outras formas de pagamento, especialmente utilizando cartões de crédito e débito. Essa mudança de hábito também contribuiu para o aumento da inadimplência, especialmente no que se refere ao uso de cartão de crédito. Conforme o coordenador da pesquisa e do curso de Ciências Econômicas da UPF, professor Julcemar Bruno Zilli, uma nova edição do estudo está sendo organizada e vai mapear o perfil atual do endividamento na cidade.
 
Pesquisa 2015
O estudo é um projeto institucionalizado da UPF e conta com a colaboração dos professores Amanda Guareschi e Ginez de Campos, além da contribuição das egressas do curso de Ciências Econômicas, mestrandas Silvia Bampi e Alessandra Biavati Rizzotto. Segundo Zilli, coordenador do projeto de pesquisa, a intenção é de que, a partir dos dados coletados, se possa ter um trabalho efetivo de educação financeira por meio de projetos de extensão da Universidade. “A pesquisa acaba captando o comportamento do endividamento das pessoas e, entendendo esses problemas, podemos realizar projetos de extensão, auxiliando a população com treinamentos, capacitações e minicursos”, comenta.
 
De acordo com o coordenador, é preciso entender o que leva as pessoas ao endividamento, saber por que se endividam, quais são os principais segmentos que estão nessa condição e verificar se existem alternativas para tirar as pessoas dessa situação. “Com projetos de extensão, podemos passar para a comunidade soluções para reduzir o problema de endividamento”, reitera.
 
Para chegar aos resultados, o grupo de pesquisa fará a coleta de dados primários, por meio de aplicação de questionário, a fim de captar as principais características relacionadas ao gênero, à idade, à faixa de renda e a outros dados que mostrem as situações que geram maior endividamento. “As pessoas que têm mais renda, teoricamente não ficariam endividadas, mas percebemos que, em algumas vezes, há um comportamento contrário. Com o estudo, conseguimos mapear o perfil do endividamento das famílias”, aponta.
 
De acordo com Zilli, em um primeiro momento, a pesquisa contemplará Passo Fundo, porém, a intenção é fazer o estudo também na região. “Temos uma amostra aleatória e estatística, coletamos as informações e os resultados, por mais que sejam por amostragem, podemos inferir que se trata do comportamento de toda a população”, destaca, enfatizando que, a partir da aplicação de diferentes metodologias, os dados também podem inferir em previsões econômicas. A coleta de dados inicia no final do mês de julho e, no segundo semestre de 2015, haverá a compilação das informações.
 

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