Reduz a oferta de emprego

Pela primeira vez desde janeiro deste ano o número de demissões foi maior do que o de contratações

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Está mais difícil de arrumar emprego em Passo Fundo. O município que não vinha sofrendo os efeitos da crise econômica do país registrou, no mês de junho, o primeiro saldo negativo na relação entre admissões e demissões desde janeiro de 2015. De acordo com o Coordenador da Unidade FGTAS-Sine Passo Fundo, Sérgio Ferrari, foram contratadas 2.206 pessoas em junho, enquanto 2.347 foram desligadas de seus empregos. Esse dado fez com que o índice de procura pelo seguro desemprego aumentasse em torno de 25% a 30%. Para se ter uma ideia, só no mês passado foram realizados 850 pedidos de encaminhamento do auxílio. “Nós estamos sofrendo muito, na verdade. Passo Fundo vinha com um saldo positivo de vagas, cerca de 3 mil, e agora não temos mais”, destaca o coordenador.
Para Ferrari, o que houve, de fato, foi uma redução no número de vagas disponíveis. “Passo Fundo não vinha sentindo o peso dessa recessão ainda porque tem muita prestação de serviços, agora, nós sentimos isso na agência já porque caiu a oferta de empregos. Nós tínhamos sempre em torno de 50, 60 até 90 vagas disponíveis, hoje nós não temos mais do que 10 ou 15 vagas”, explica. Para as pessoas com deficiência, a situação é ainda pior. Enquanto o Estado tem em torno de 2.500 vagas disponíveis, o município não tem nenhuma.

O coordenador acredita que essa redução se deu em função do momento que o país está vivendo. “O poder de compra das pessoas caiu, elas estão mais recatadas. Ao mesmo tempo, o setor imobiliário e da construção civil estão sentindo, porque o governo retirou quase todas as linhas de crédito, o próprio setor automobilístico está mais retraído”, comenta. Para ele, a única perspectiva de melhora para o município é com a proximidade do final do ano e as contratações temporárias. “Passo Fundo é um polo de compras e nós estamos nos aproximando do fim do ano, a partir de agosto e setembro o comércio começa a fazer contratações temporárias e se espera que, se a economia reagir em 2016, que essas contratações temporárias se efetivem”, lembra Ferrari.

Desemprego cresce no país

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem (23), a Pesquisa Mensal de Emprego. De acordo com a pesquisa, o desemprego no mês de junho ficou em 6,9%, 2,1 pontos percentuais a mais do que junho do ano passado (4,8%).  Em relação a maio deste ano, a taxa de junho é 0,2 ponto percentual maior.  Em junho deste ano, havia 1,7 milhão de pessoas desocupadas, resultado estável em relação a maio. No entanto, a pesquisa mostra um aumento de 44,9% (mais 522 mil) no percentual de pessoas desempregada em relação a junho de 2014.

Já a população ocupada em junho deste ano era 22,8 milhões, índice também estável em comparação a maio. Entretanto, houve um recuo de 1,3%, ou seja, menos 298 mil pessoas ocupadas, se comparado com junho do ano passado. Ainda no mês de junho, a população não economicamente ativa, ou seja, a população que não está inserida no mercado de trabalho ou não está procurando exercer algum tipo de atividade remunerada, manteve-se em 19,3 milhões de pessoas. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado ficou em 11,5 milhões no mês passado. Na comparação com junho de 2014, houve uma queda de 2%, o equivalente a menos 240 mil pessoas. A pesquisa indica ainda que o rendimento médio real habitual do trabalhador subiu 0,8% de maio para junho, ficando em R$ 2.149,10, mas recuou 2,9% em relação a junho do ano passado. Já a massa de rendimento médio real habitual ficou estável de maio para junho, R$ 49,5 bilhões. Em relação a junho de 2014, a massa de rendimento caiu, tendo ficado em 4,3%.

Dados Agência Sine Passo Fundo
Janeiro a junho de 2015
contratações – 15.069
desligamentos – 15.042

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