Estar mais próximo às regiões, entender suas prioridades e realizar um trabalho integrado são as apostas do governo para a recuperação econômica do Estado. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do RS, Fábio Branco, em visita ao município ontem (20), a determinação do governador é entender quais são as necessidades e as prioridades e passar a mensagem de que não existe solução única. “Nós temos que nos integrar, criar redes de potencialidades, pois muitas das soluções estão nos próprios locais. A nossa ideia é essa, fazer um trabalho integrado e local, mais próximo”. Durante reunião-almoço na Acisa, foram apresentadas as propostas, focadas na vocação de cada região. “Nós não vamos inventar a roda, nós queremos ajudar e contribuir para que esse processo, do local, a partir das suas potencialidades, possa transformar e gerar oportunidades de negócio”, explicou Branco. A ideia é construir uma agenda de trabalho, explicando a real situação do Estado e as dificuldades que se tem pela frente. Segundo o secretário, o caminho é fazer uma melhor gestão e retomar o desenvolvimento, mesmo sabendo o momento é complicado. “Não existe desenvolvimento sem movimentar a sociedade. As crises servem para gerar novas oportunidades. Não tem receita pronta, não tem varinha mágica, depende muito da participação da sociedade, nada se faz sozinho”.
Cluster de saúde
Entre outras agendas, uma reunião foi realizada pela manhã para dar andamento ao cluster de saúde. O encontro aconteceu através das secretarias de Desenvolvimento Econômico e de Saúde e da ACISA e reuniu lideranças e representantes de setores de saúde e de desenvolvimento do município. Passo Fundo sediou a reunião por ser um dos sete polos gaúchos a integrar a iniciativa, ao firmar um termo de cooperação com o Estado. Conforme Branco, o conceito do cluster é organizar o sistema existente e entender o que se tem hoje no Rio Grande do Sul. “Até porque aí já se geram muitas oportunidades. Seja a partir de geração de novos empregos, seja a partir de novas empresas, de medicamentos, de equipamentos, turismo. Não é simplesmente a vinda de uma empresa que vai resolver a situação. Porém, a assinatura da Medical Valley, empresa da Alemanha que hoje é uma referência mundial na área, nos coloca no circuito mundial”. Passo Fundo é uma região estratégica, já que possui uma área de saúde e atendimento qualificada e desenvolvida. “A região é importante, diversificada nas suas atividades, é referência e já tem uma importância no Estado. Mas nós podemos melhorar ainda mais”, ressaltou o secretário. Além da saúde, outras áreas devem receber a metodologia de trabalho, como o agronegócio, por exemplo.
Além da reunião na prefeitura e Acisa, o secretário participou de assinatura de um convênio, juntamente com outras duas empresas, a cerca do Parque Tecnológico, na Universidade de Passo Fundo e da abertura do II Congresso Internacional de Empreendedorismo e Inovação (Cieit), na Faculdade Meridional (Imed).
Cluster
O cluster é a reunião de empresas do mesmo setor, que cooperam entre si e se instalam em uma mesma área, a fim de priorizar uma gestão eficiente no que diz respeito à disseminação do conhecimento, mercado de trabalho especializado, atração de fornecedores, redução de custos do processo produtivo, entre outros benefícios.
Medical Valley
Na Alemanha, o Medical Valley, um dos complexos mais ricos para engenharia aplicada à medicina no mundo, reúne mais de 500 empresas, entre companhias de grande porte e startups, 16 universidades e mais de 40 instituições de saúde. O modelo da cidade de Erlangen deve ser reproduzido no Estado. O cluster no Rio Grande do Sul envolve 44 entidades, sendo o estado escolhido para representar o Brasil ao lado de China e Estados Unidos, que também recebem a internacionalização do Medical Valley de Erlangen.