Vagas temporárias em baixa

Empresas do comércio de Passo Fundo não estão contratando mão-de-obra temporária para o final do ano

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Conjuntura econômica do país reflete na intenção de contratação de funcionárioConjuntura econômica do país reflete na intenção de contratação de funcionário
Conjuntura econômica do país reflete na intenção de contratação de funcionário
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As vagas temporárias, que geralmente estão aquecidas nesta época do ano, estão quase que inexistentes no comércio de Passo Fundo. As vendas não estão aquecidas e grande parte dos lojistas não pretende contratar funcionários temporários para o final do ano. O FGTAS/Sine informou que não há nenhuma vaga para contratação temporária neste momento e a CDL Empregos afirma que a oferta diminuiu 80% comparado com o ano passado.

O cenário para busca de emprego não está fácil para os passo-fundenses que esperavam por uma oportunidade no final do ano. As vagas temporárias estão escassas. “Neste período as vagas temporárias estavam aquecidas. Geralmente as empresas contratavam sessenta dias antes das vendas de final de ano. Neste ano, as ofertas de vagas estão muito reduzidas, praticamente inexistentes. A oferta diminuiu em torno de 80%”, revelou o presidente da CDL, Agadir Stramari.

As vendas no comércio estão desaquecidas e o consumidor está mais consciente nesta época de instabilidade econômica. “O lojista não vai contratar mais, se as pessoas estão comprando menos. As pessoas estão comprando, mas de forma consciente, dentro das condições de pagamento. Por um lado, é positivo para quem compra e também para quem vende, porque diminui a inadimplência”, ressaltou Stramari.

As poucas vagas existentes no comércio estão sendo muito disputadas e acabam sendo preenchidas pelos profissionais que possuem qualificação. “As vagas que existem na CDL Empregos estão sendo bastante concorridas, porque está faltando emprego na cidade. Os mais qualificados, com a melhor formação, com certeza conquistarão as vagas. A qualificação neste momento é muito importante. Ter experiência em vendas e o domínio da função facilita a contratação.”, revelou o presidente da CDL.

Os comerciantes estão receosos em contratar neste momento. O empresário Ari Rabello, por exemplo, acredita que não haverá necessidade de funcionários temporários. “Estamos com a equipe completa. Não vamos contratar funcionários temporários neste ano. O momento é de instabilidade econômica. Optamos por investir na capacitação dos vendedores para aumentar as vendas. Não há necessidade de novas contratações”, declarou o comerciante.

Sine não possui oferta de vagas temporárias

O FGTAS/Sine, até a manhã de quinta-feira (22), não apresentava vagas para empregos temporários direcionadas para o comércio. “Não tempos vagas temporárias para o final do ano. Temos cerca de 40 vagas, mas não são temporárias e nem para o comércio. Pode ser também que os empresários estejam esperando novembro para fazer este tipo de contratação”, disse o coordenador do FGTAS/Sine de Passo Fundo, Sérgio Ferrari.

Esta situação reflete a realidade que o país vive. “Temos 57 milhões de pessoas inadimplentes no país e muitas empresas endividadas. Isso mostra a retração da economia, o desemprego em alta e pessoas que não querem investir. Isso desaquece o mercado local. Uma das grandes bases da economia de Passo Fundo é o comércio”, ressaltou.

Ferrari utilizou o exemplo do EmpregarRS, realizado na semana passada na agência, onde havia 150 vagas e apareceram duas mil pessoas para procurar um emprego. “Desde abril, Passo Fundo começou a ficar com saldos negativos em vagas de trabalho. O setor que mais demitiu foi a indústria de transformação, seguido do comércio e da construção civil”, destacou o o coordenador do FGTAS/Sine.

O saldo de empregos é negativo no município. De acordo com Ferrari, os dados mostram que nos últimos 12 meses, foram admitidas 29.443 pessoas e 30.026 foram demitidas. Um saldo negativo de 583 empregos. O setor com mais demissões foi o da indústria de transformação, que contratou 3.409 pessoas e demitiu 4.013. Um saldo negativo de 604 empregos. No comércio foram admitidas 11.178 e demitidas 11.461. Um saldo negativo de 283 empregos.

Pesquisa aponta menos contratações temporárias

O Fecomércio RS divulgou, neste mês, uma pesquisa que apontou que o número de estabelecimentos do varejo – setor que tradicionalmente registra aumento de demanda no final do ano – que pretende contratar mão de obra temporária será menor neste ano. A contratação de funcionários será a opção de 22,7% dos estabelecimentos do comércio no Rio Grande do Sul, contra 39,8% do ano passado. Consolidando as contratações já realizadas com as pretendidas, as empresas do setor que esperam contratar temporários devem ampliar em 20,8% a atual força de trabalho nos próximos meses.

De acordo com o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, os resultados da pesquisa evidenciam o que já vem sendo demonstrado ao longo de todo o ano na pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Comércio do Rio Grande do Sul (ICEC-RS). “A percepção do empresário do comércio em relação à conjuntura econômica do país está em patamar pessimista desde março, o que reflete diretamente na intenção de contratação de funcionários”, afirma o dirigente.

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