Depois de um crescimento de quase 70% no volume de exportações em 2013, seguido por uma queda de 15% em 2014, Passo Fundo registrou uma diminuição de quase 30% nas exportações neste ano em relação ao ano passado - na análise dos meses de janeiro a outubro. A praticamente um mês para o final de 2015, o município caiu da 5ª para a 6ª posição no Estado. No ranking brasileiro, ocupa o 63ª lugar. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Para o coordenador do curso de Administração da Imed, Adriano José da Silva, o principal motivo na diminuição dos valores das exportações se deve a desaceleração da economia chinesa que afetou o mercado de commodities. “A redução das cotações internacionais em dólares dos preços das commodities é que afetou um dos pilares do comércio exterior brasileiro. Outro motivo é o redução dos benefícios do Reintegra, programa que devolve às empresas uma parte do valor exportado em produtos manufaturados por meio de créditos do PIS e Cofins, que caiu de 3% para 1%”.
O superávit (exportações menos importações) do ano somou US$ 506,9 milhões. O saldo, em 2014, fechou em US$ 797,1 milhões. Os dados de novembro e dezembro, no entanto, ainda não foram contabilizados e podem alterar o panorama. De acordo com Adriano, isso dependerá da dinâmica do mercado internacional. O crescimento da economia dos Estados Unidos deverá impactar positivamente a demanda por commodities. “Por outro lado, o acirramento dos conflitos na Síria, a elevação do tensionamento entre a Rússia e a Turquia deverá impactar o preço do petróleo, o que prejudicará o Brasil que é um grande importador de gasolina e óleo diesel”.
Países destino
A China é o principal país destino e representa mais da metade das exportações (56,86%). O país é seguido da Eslovênia, 8,60%, o Vietnã (7,80%), a Holanda (5,33%) e o Egito (3,81%). Dos dez produtos com maior volume de exportação, apenas cinco tiveram uma variação positiva do ano de 2014 para 2015, entre os meses de janeiro a outubro, entre eles trigo (15%) e carnes (59%). A soja, por exemplo, teve queda de 30% e o óleo de soja, 89%.
Importações
Nas importações foi registrada uma diminuição de 2,03%, porém, no ano passado a queda foi de 31,19%. O aumento nas importações, que no acumulado até outubro registrou US$ 66,6 milhões, se deve a vários fatores. “Um deles, em especial, é que ano passado para fechar as contas do governo, não foram lançadas as importações de combustíveis feitas pela Petrobras referentes à gasolina e ao óleo diesel. Ao não fazer isso, os dados de 2014 ficaram comprometidos e os dados de 2015 refletem a contabilidade criativa de 2014”, explica Adriano.