Material escolar está 10% mais caro

Alta do dólar influenciou no aumento, já que a maioria dos produtos é importada

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Rafaela, 7 anos, foi junto com sua mãe escolher o material novo para o início das aulasRafaela, 7 anos, foi junto com sua mãe escolher o material novo para o início das aulas
Rafaela, 7 anos, foi junto com sua mãe escolher o material novo para o início das aulas
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O ano começou com aumento de preços em vários produtos e o material escolar não ficou de fora. Os artigos para o início das aulas estão cerca de 10% mais caros em relação ao ano passado. A maioria das lojas ainda não está repassando o reajuste da alíquota do ICMS aos clientes, porém, a alta do dólar influenciou no aumento dos preços já que grande parte dos produtos é importada. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (Abfiae), no país, os produtos nacionais, como caneta, borracha e massa escolar, aumentaram 12% e que os produtos importados, como mochilas, lancheiras e estojos, de 20% a 30%. A desvalorização do real, o aumento dos insumos e da mão de obra contribuem para a alta nos preços. “O aumento será maior do que o dos anos anteriores, que tem ficado ligeiramente abaixo da inflação. Este ano será acima por causa da desvalorização do câmbio, que tem impacto em toda a cadeia produtiva”, diz o presidente da associação, Rubens Passos. Segundo ele, tanto os importadores quanto a indústria nacional sentirão o impacto.

A estimativa de redução nas vendas é 5% a 10% em relação a 2014. Diante desse cenário, o presidente da associação recomenda aos pais e responsáveis que pesquisem bastante antes de comprar o material e que antecipem as compras. “Muitos lojistas compraram produtos no primeiro semestre deste ano ainda sem o aumento dos preços que ocorreu a partir de julho. Esses lojistas não sofreram com os aumentos e estão com preço médio melhor. Quanto mais conseguirem antecipar as compras, menores os preços”, explica. 

Antecipar para comprar melhor
Daniela Strapazzon é de Palmeira das Missões e veio até Passo Fundo para aproveitar os preços melhores e a variedade. Junto com ela, trouxe a filha de 10 e o filho de 9 anos. Pesquisar os valores em diferentes lojas não foi necessário já que ela conhece o mercado da cidade. “Prefiro antecipar a compra para poder olhar com mais calma, escolher melhor. Eu os trouxe para que eles possam escolher o que mais gostam”. Gilvane Nedir também preferiu se adiantar. Ela levou junto sua filha, de 7 anos, mas quem dá a opinião final não é a estudante. “Não dá para deixar ela escolher”. Nas lojas, a variedade de preço é muito grande. Uma mochila, por exemplo, pode custar de R$49,00 até R$ 200,00. A maioria dos clientes está optando por pagar no momento da compra e aproveitar os descontos. De acordo com Vanderson Albuquerque, auxiliar da Loja Cátia, para a época, as vendas estão dentro da expectativa. “Estamos vendendo desde dezembro e oferecendo de 5% a 8% de desconto nas compras à vista”.

As vendas, que em janeiro se intensificam, já vinham acontecendo desde o começo de dezembro. Muitos pais compram itens escolares para dar como presente de Natal ou até mesmo para fazer doações na época. Rosieli Scariot é gerente do bazar Dalzotto e explica que a grande maioria do movimento é por pesquisa de preços. “A procura começou ainda em dezembro, mas vai se intensificar agora na metade de janeiro. Ainda temos bastante material para chegar e os que ficaram do ano passado nós mantivemos o preço”. 

Estratégia para vender mais
A promoção antecipada foi a estratégia utilizada pela loja Ponto Útil para concentrar um maior número de clientes logo no início do ano. “O pessoal está se antecipando bastante, as vendas estão bem movimentadas agora no início do mês”, explica a gerente da loja, Lidiane Anesi Tognon. Segundo ela, é possível encontrar na loja produtos de todos os preços, desde os mais baratos até aqueles com um valor mais elevado. “Vai do bolso do cliente”. 

A lista
O presidente da Associação de Pais e Alunos do Distrito Federal (Aspa-DF), Luís Claudio Megiorin, recomenda que os pais e responsáveis fiquem atentos à lista de material escolar. Pela Lei 12.886/2013, as escolas não podem obrigar os pais a comprar material de uso coletivo como papel higiênico ou resmas de papel. “Só de observar a legislação que os protege, os pais poderão economizar de 30 a 40% no gasto com material escolar”, diz.

Outra dica de Megiorin é que os responsáveis expliquem às crianças e aos adolescentes as dificuldades econômicas pelas quais o país está passando e os incentive a escolher produtos mais baratos. “É um momento de aprendizagem de economia doméstica. Os pais devem ensinar que não darão um estojo novo, uma mochila nova ou um caderno de uma marca mais cara porque a economia está difícil”.

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