A produção industrial brasileira fechou 2015 com retração acumulada de 8,3%. Os dados divulgados hoje (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a indústria também registrou queda (0,7%) em dezembro de 2015, na comparação com novembro.
A pesquisa indica ainda que a produção industrial no país em dezembro do ano passado na comparação com dezembro de 2014 recuou ainda mais (11,9%) e no acumulado dos últimos 12 meses, o parque fabril brasileiro registrou a maior queda desde novembro de 2009, ao fechar o período em 8,3%.
Segundo avaliação dos técnicos do IBGE, em dezembro do ano passado a indústria deu seguimento ao ritmo produtivo menor, “expresso não só no sétimo resultado negativo consecutivo em relação ao mês imediatamente anterior (maior sequência de quedas da série histórica), mas também no predomínio de taxas negativas em dezembro, quando a maior parte das atividades pesquisadas reduziu a produção”.
Para se ter uma dimensão exata do quadro recessivo do setor, o IBGE ressaltou o fato de que com a retração de dezembro do ano passado, a indústria encontra-se atualmente 19,5% abaixo do nível recorde alcançado pelo setor em junho de 2013.
Na comparação com dezembro de 2014, o setor industrial teve o 22º resultado negativo consecutivo. Com isso, no fechamento de 2015, a queda acumulada de 8,3%, além de ser a mais intensa da série histórica, iniciada em 2003, aponta predomínio de taxas negativas entre as grandes categorias econômicas e as atividades pesquisadas. Destacam-se os recúos nos setores de bens de capital e bens de consumo duráveis.
Categorias econômicas
De uma maneira geral, a indústria teve comportamento negativo ao longo de todo o ano passado, com maior intensidade de queda na passagem do primeiro para o segundo semestre (de -5,9% para -10,5%), na comparação com os mesmos períodos do ano anterior.
Na comparação entre o primeiro e segundo semestres do ano passado, os dados do Pesquisa Industrial Mensal mostram queda na produção das quatro principais categorias pesquisadas, com destaque para os bens de capital (de -19,8% no primeiro semestre para -31,2% no segundo) e bens de consumo duráveis (de -14,1% para -23,2%). No caso, as quedas mais intensas se devem especialmente pela redução na produção de bens de capital para equipamentos de transporte (de -25,7% para -35,9%) e de automóveis (de -14,5% para -24,3%).
Os segmentos de bens intermediários, depois de fechar o primeiro semestre com retração de 2,7%, aumentou a queda acumulada para 7,6%, no segundo; enquanto bens de consumo semi e não-duráveis, passou de -6,5% para -6,8%, entre um período e outro.