Entre os municípios gaúchos que mais perderam postos de trabalho no agronegócio em 2015, Passo Fundo figura em 6º lugar. O município, referência na produção de máquinas e equipamentos agropecuários, ficou com saldo negativo de 427 vagas no ano que passou. Os dados fazem parte da pesquisa divulgada na quinta-feira (11) pela Fundação de Economia e Estatística do RS (FEE). O total no Estado, medido pela diferença entre trabalhadores admitidos e desligados, também foi negativo. No ano, houve uma perda de 3.983 postos de trabalho. Como resultado desse movimento, estima-se que o estoque de empregos formais celetistas no agronegócio gaúcho tenha decrescido 1,2% no último ano.
A metodologia de pesquisa inclui toda a cadeia produtiva do agronegócio. A produção e fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos e serviços especializados fazem parte do que é chamado de “antes da porteira”. As atividades que envolvem preparo e manejo do solo, tratos culturais, irrigação, colheita e criação animal estão “dentro da porteira”. Já o transporte, armazenagem, industrialização, distribuição e comercialização são atividades consideradas “depois da porteira”.
Depois da porteira
A maior parcela dos empregos do agronegócio gaúcho está situada no segmento “depois da porteira” (61,2%), que registrou queda de 0,6% em 2015 (-1.232 postos de trabalho). Os setores com maior saldo negativo nesse segmento foram os de fabricação de produtos intermediários de madeira (-816 empregos), fabricação de conservas (-767 empregos) e curtimento e preparações de couro (-490 empregos). Na contramão da crise, o destaque positivo foi o setor de abate e fabricação de produtos da carne, cujo estoque de emprego cresceu 1,6% em 2015 (941 postos de trabalho).
Antes da porteira
A maior perda de postos de trabalho em 2015 ocorreu no segmento “antes da porteira”, responsável por 12,7% do emprego formal celetista do agronegócio gaúcho. Depois de acumular queda de 5,6% em 2014, o nível de emprego do segmento voltou a cair (-8,5%). O setor que mais contribuiu para esse resultado foi o de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários, que fechou 4.742 postos de trabalho em 2015.
Dentro da porteira
O núcleo, ou segmento “dentro da porteira”, que responde pelos 26,2% restantes do emprego formal celetista do agronegócio, foi o único com saldo positivo no Rio Grande do Sul em 2015 (944 empregos). Portanto, o crescimento da produção agropecuária na safra 2014/2015 foi acompanhado da ampliação do número de postos de trabalho. Os setores agropecuários com maior saldo positivo no ano foram, respectivamente, o de apoio à agropecuária e à produção florestal (797 postos de trabalho) e o da pecuária (790 postos de trabalho). Na agropecuária, o setor lavouras permanentes foi o único com queda expressiva no emprego (-1.031 postos de trabalho).
Exportações
Em 2015, as exportações gaúchas do agronegócio totalizaram US$ 11,6 bilhões, valor que representa 66,6% das exportações totais do Estado. Comparativamente ao ano de 2014, observou-se uma queda de 6,1% no valor exportado. Esse resultado foi determinado, sobretudo, pela queda nos preços internacionais, haja vista que, em volume, as exportações gaúchas do agronegócio continuaram crescendo em 2015. Vale destacar ainda que a queda no valor exportado em dólares não se traduziu em redução nas receitas de exportação valoradas em moeda nacional. Isso porque, ao longo do ano, a apreciação do dólar frente ao real foi superior à redução no valor exportado.
Os principais setores de produtos responsáveis pela queda nas exportações do agronegócio foram máquinas e implementos agrícolas (-40,6%), carnes (-11,6%) e fumo e seus produtos (-15,5%). Entre os setores que apresentaram crescimento no valor exportado, destacam-se os produtos florestais (70,9%) e os lácteos (133,3%).