Os passo-fundenses desempregados estão demorando mais tempo para serem recolocados no mercado de trabalho. Conforme dados da Agência do FGTAS/Sine no município essa espera tem sido, em média, de oito a dez meses. Os números acompanham dados nacionais divulgados nesta semana por meio de uma pesquisa do SPC Brasil com dados do IBGE. Conforme os dados utilizados pela entidade, a taxa de desemprego avançou mais de dois pontos percentuais ao longo do ano passado, o que significa que cerca de 1,7 milhão de pessoas estavam à procura de um emprego no final de 2015, montante 42,5% maior do que no ano de 2014.
Conforme o gerente da agência, Sérgio Ferrari, a situação começou a se agravar a partir da metade do ano passado, quando o tempo de espera começou a ser mais longo para a recolocação no mercado de trabalho. Antes, quando a economia estava mais ativa, as recolocações eram praticamente imediatas.
Atualmente, apenas entre 30% e 40% das pessoas que solicitam o seguro desemprego conseguem retornar ao mercado. Antes, poucas pessoas precisavam usufruir de todas as parcelas do benefício antes de voltarem a estar empregadas. “O que se vê hoje em Passo Fundo é que há cerca de 8 mil desempregados. As pessoas estão pegando todas as parcelas do Seguro Desemprego às quais tem direito”, salienta.
Poucas contratações
O mês de janeiro fechou com 834 requisições de Seguro Desemprego. Em dezembro de 2015 foram 1065 requisições. Também no primeiro mês de 2016 houve um total de 1360 encaminhamentos de pessoas para seleções de vagas de trabalho. Destas foram recolocadas oficialmente apenas 97. “O mercado está fechando todo mês negativo e o saldo cada vez é maior”, observa.
Ferrari destaca que a agência do FGTAS oferece serviços gratuitos para empresas e trabalhadores que incluem intermediação de mão de obra, confecção de Carteira de Trabalho e encaminhamento para o Seguro Desemprego.
Endividamento
A pesquisa do SPC Brasil alerta para o surgimento de dívidas em função da crise enfrentada pelo Brasil e a entidade recomenda a prevenção para evitar o problema. “Caso não tenha feito uma reserva financeira ao longo do tempo antes de ser demitido, a pessoa corre risco de abusar dos cartões de crédito e de empréstimos, caindo, assim, em uma grande bola de neve de dívidas”, explica o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.
Por outro lado, Vignoli alerta que quem perder o emprego deve, além de rever os gastos, aproveitar para colocar as finanças pessoais em ordem. “Com o dinheiro que a pessoa receber na demissão, seja de férias ou FGTS, ela pode quitar dívidas que eventualmente já tenha, evitando o prolongamento das temidas taxas de juros, que podem ultrapassar os 400% ao ano”, alerta.
O SPC Brasil dá algumas dicas para quem está esta difícil situação:
Ser realista sobre a situação financeira;
Fazer a revisão de todos os gastos e analisar o que é prioridade;
Adaptar-se à nova realidade e o novo padrão de vida;
Cortar as regalias que muitas vezes custam caro e costumam ser “invisíveis” no orçamento;
Renegociar as dívidas pendentes.