Apesar de não registrar queda no Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese), Passo Fundo cresceu pouco e acabou ficando para trás no ranking gaúcho. O município apresentou uma variação de 1.44% entre os anos de 2012 e 2013. Mesmo com o aumento, caiu 35 posições no Estado e cresceu menos que entre os anos de 2011 e 2012 (1,74%). No entanto, manteve a 6ª posição entre os municípios com mais de 100 mil habitantes. O indicador, divulgado pela Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser (FEE), vai de 0 a 1, em que 0 representa o pior cenário e 1 o melhor. Conforme a classificação, Passo Fundo apresenta nível médio de desenvolvimento (0,771), considerando a demarcação dos níveis em alto (maior ou igual a 0,800), médio (entre 0,500 e 0,799) e baixo (abaixo de 0,499). Dos itens analisados, o bloco que obteve maior crescimento foi Renda, com uma variação de 4.10%. Em seguida, o bloco Educação registrou um leve crescimento (0,14%), mas perdeu 52 posições no Estado. O bloco Saúde teve a menor variação entre os demais (0.12%). Por outro lado, subiu sete posições no RS.
Segundo o secretário de gestão do município, Diorges Oliveira, as ações da prefeitura relacionadas a emprego e renda e serviços prestados nas áreas de educação e saúde têm se mostrado inovadoras e de impactos positivos, referência para outros municípios. “Os números, quando comparamos Passo Fundo com municípios do mesmo porte, também demonstram que a administração está no caminho certo”, afirma. Segundo ele, os indicadores servem como referência para correções pontuais ao longo do planejamento de ações da prefeitura.
De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Carlos Eduardo Lopes, mesmo que os resultados sejam do ano de 2013, eles são reflexo de ações da gestão anterior. "Em 2013 nós não conseguimos implementar muitas mudanças com relação aos investimentos em saúde, por exemplo". Para ele, a queda no ranking não é muito significativa. "Passo Fundo continua sendo uma cidade destaque e a expectativa é que melhore essa posição. As outras cidades começarão a mostrar os reflexos da crise mais do que nós. A nossa matriz econômica diversificada possibilita que possamos crescer de forma conjunta".
Corede produção
O Corede Produção caiu duas posições entre os 28 coredes do Estado. O Idese passou de 0,762 para 0,773. Diversos municípios serranos destacaram-se no ranking. Assim, não surpreende que o Corede Serra tenha mantido a primeira colocação na classificação por Coredes, com índice 0,815 em 2013. Nesse mesmo ano, sobressaíram-se também os Coredes Noroeste Colonial (0,800) e Norte (0,795). O Corede Centro-Sul apresentou novamente o pior índice (0,679), permanecendo na última posição em 2013.
Estado
O Estado do Rio Grande do Sul registrou Idese de 0,734 em 2012 e 0,747 em 2013, tendo crescido, aproximadamente, 1,7% entre 2012 e 2013. Conforme a classificação vigente, o RS apresenta nível médio de desenvolvimento, considerando a demarcação dos níveis em alto (maior ou igual a 0,800), médio (entre 0,500 e 0,799) e baixo (abaixo de 0,499). Assim como em Passo Fundo, o índice do Bloco Renda foi o que obteve maior elevação entre 2012 e 2013 (3,1%). O índice do Bloco Educação também aumentou (2,2%), enquanto o Bloco Saúde se manteve estagnado. Dentre os municípios, Carlos Barbosa continua tendo maior destaque, com índice de 0,882 em 2013. É o quarto ano seguido desse município na primeira colocação.
Municípios com mais de 100 mil habitantes
Conforme as estimativas populacionais da FEE, 20 municípios gaúchos têm mais do que 100.000 habitantes. Entre esses, apenas cinco apresentaram índices de alto desenvolvimento (acima de 0,800) em 2013. O primeiro colocado foi Bento Gonçalves, que manteve sua posição com índice 0,832. Logo em seguida, o Município de Erechim registrou índice de 0,820. Em terceiro, ficou Porto Alegre (0,814), seguido por Caxias do Sul (0,810) e Santa Cruz do Sul (0,808). Passo Fundo figura no 6º lugar.
Renda
O bloco que obteve maior crescimento foi Renda, com uma variação de 4.10% entre os anos de 2012 e 2013. Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Carlos Eduardo Lopes, o resultado é fruto do desenvolvimento contínuo que Passo Fundo vinha tendo nos últimos anos, que fez com que mais empresas, de porte médio e grande, se instalassem na cidade e, consequentemente, mais empregados estejam no mercado de trabalho. "O resultado está diretamente relacionado com a qualificação profissional que eleva o fator salarial e contribui para esse quesito. A expectativa para o ano de 2014 é que possamos ainda continuar a colher esse frutos". O secretário ainda destacou a recente ação da prefeitura com o Senai, visando a qualificação de mão-de-obra de cerca de mil pessoas no município, que tende a se refletir positivamente no bloco renda. O bloco - que manteve a 6ª posição no Estado entre os municípios com mais de 100 mil habitantes - é composto por dois sub-blocos que analisam a renda por duas óticas distintas: apropriação de renda e geração de renda.
Educação
O bloco educação registrou um leve crescimento (0,14%), mas perdeu 52 posições no Estado e caiu duas posições entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, passando de 6º para 8º.
Dentro do bloco educação são levados em consideração quatro indicadores: matrícula na Pré-Escola, notas na Prova Brasil (5º e do 9º ano), matrícula no Ensino Médio e percentual da população adulta com o Ensino Fundamental completo. O secretário de Educação de Passo Fundo, Edemilson Brandão, ressalta que, desses índices, somente os dois primeiros dizem respeito ao Poder Público Municipal: as matrículas na pré-escola e as notas na Prova Brasil. “Destacamos que as matrículas na educação infantil (que englobam a pré-escola) apresentaram crescimento entre 2012 e 2013: de 2879 para 3275. Depois de 2013, o aumento foi ainda maior, visto que foram inauguradas novas escolas de educação infantil. Com relação à Prova Brasil, destaca-se o aumento no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) entre os anos de 2011 e 2013”. O secretário ainda destaca o índice dos anos iniciais, que passou de 4,8 para 5,2 e o índice dos anos finais, que teve uma leve queda, de 4,4 para 4,2. Esse índice leva em consideração as notas da Prova Brasil, a aprovação e a permanência dos alunos na escola. “Esses dados já foram absorvidos pela atual equipe da Secretária Municipal de Educação que em conjunto com as escolas está desenvolvendo ações, projetos e parcerias no sentido de melhorar cada vez mais esses índices”, afirma Brandão.
Saúde
O bloco Saúde teve a menor variação entre os demais (0.12%) e caiu uma posição na comparação com municípios com mais de 100 mil habitantes, passando de 7º para 8º. Por outro lado, subiu sete posições no RS. O secretário municipal de Saúde, Luiz Artur Rosa Filho, ressaltou o comportamento estável do indicador. “É mais difícil de ser mudado, pois ele já é o maior. Sempre é mais difícil melhorar um indicador que já está bom”. Para ele, a boa colocação de Passo Fundo na comparação com cidades de mesmo porte é uma boa notícia. “Nossa expectativa se refere ao IDESE a partir de 2014, quando o programa ‘Meu Bebê, Meu Tesouro’ ajudou na queda da mortalidade infantil em 25%”. O Bloco Saúde do Idese utiliza cinco indicadores que são divididos em três sub-blocos: saúde materno-infantil, condições gerais de saúde e longevidade.