A aprovação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados teve impacto na economia. Apesar de abrir em queda, abaixo de R$ 3,50, o dólar passou a operar em alta após intervenção do Banco Central no mercado. Com um leilão de swap cambial reverso, que equivale à compra de dólar no mercado futuro, a moeda americana inverteu a tendência e passou a ser cotada em R$ 3,598, com valorização de 2,10% em relação a sexta-feira (15). O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, abriu com queda de 0,02 %, com 53.215 pontos. Na sexta-feira, encerrou com alta de 1,56%, aos 53.227 pontos.
De acordo com o economista e professor da Faculdade Imed, Vitor Francisco Dalla Corte, o mercado trabalha sempre em torno da percepção de confiança de consumidores, empresários e da própria classe política. Ele é composto por expectativas. “Em um curto prazo pode ocasionar um acréscimo na confiança dos consumidores em alterações e reformas. Essas reformas, se acontecerem, podem beneficiar um grande processo, com o crescimento da economia”, explica. O aumento da confiança contribui para aquecer a economia. “Se um consumidor está em dúvida de fazer algum investimento, a aquisição, por exemplo de algum bem, como um carro ou um apartamento, quando aumenta a confiança do consumidor facilita esse processo e se tem uma dinâmica um pouco diferente”, afirma Dalla Corte. O consumidor toma decisões mais rapidamente, o que pode impactar no consumo de bens duráveis e de outras resoluções de compras. “Se não há confiança o consumidor fica mais inerte, não toma decisões”.
Em longo prazo, a questão é outra. Para o economista, seria necessário saber quais políticas seriam adotadas em termos macroeconômicos para o país. “É uma discussão maior de que rumos a economia tomará. É uma discussão mais ampla que deve ser feita pela classe política, empresarial e trabalhadores. Existe uma necessidade de reformas profundas e isso em não acredito que aconteça em curtíssimo prazo”, reflete Dalla Corte.
Reação do mercado depois da decisão da Câmara
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