As taxas de juros das operações de crédito cresceram novamente em maio, sendo a quinta elevação do ano e a vigésima consecutiva, de acordo com a Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Quando analisado o crédito para pessoa física, das seis linhas pesquisadas três tiveram as taxas de juros aumentadas no mês: juros do comércio, cartão de crédito rotativo e cheque especial. No sentido contrário, aparecem o CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras.
A taxa de juros (média geral) para pessoa física teve elevação de 0,01 ponto percentual no mês (0,28 ponto percentual no ano), correspondente a um aumento de 0,13% no mês (0,19% em doze meses), passando de 7,95% ao mês (150,42% ao ano) em abril de 2016 para 7,96% ao mês (150,70% ao ano) em maio de 2016.
No caso das pessoas jurídicas, as três linhas de crédito pesquisadas sofreram elevação. A taxa de juros média geral para pessoa jurídica cresceu 0,04 ponto percentual no mês (0,79 ponto percentual em 12 meses), que corresponde a uma elevação de 0,87% no mês (1,11% em 12 meses), passando de 4,58% ao mês (71,15% ao ano) em abril de 2016 para 4,62% ao mês (71,94% ao ano) em maio de 2016.
Taxa Selic
Quando consideradas todas as elevações da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, nota-se que houve - de março de 2013 a maio de 2016 - um aumento de 7,00 pontos percentuais (elevação de 96,55%) e de 7,25% ao ano em março de 2013 para 14,25% ao ano em maio de 2016.
Neste período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou crescimento de 62,73 pontos percentuais (aumento de 71,31%), passando de 87,97% ao ano em março de 2013 para 150,70% ao ano em maio de 2016.
Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma crescimento de 28,36 pontos percentuais (aumento de 65,08%), passando de 43,58% ao ano em março de 2013 para 71,94% ao ano em maio de 2016.
De acordo com o diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, os aumentos podem ser atribuídos ao cenário econômico que eleva o risco do crescimento nos índices de inadimplência. “Este cenário se baseia no fato de os índices de inflação mais elevados, aumento de impostos e juros maiores reduzirem a renda das famílias”.
Segundo Oliveira, se agrega ao cenário a recessão econômica que deve influenciar no crescimento dos índices de desemprego. Como as expectativas para 2016 são negativas, isso leva as instituições financeiras a aumentarem as taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência.
Para a Anefac, a previsão é que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses.