Consumidor passo-fundense está mais otimista

Índice de confiança do consumidor apresentou melhora significativa em junho. Nível é maior que a média nacional, que também teve alta no mês

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O índice de confiança do consumidor passo-fundense (ICCPF) apresentou a maior alta da série histórica. Em junho o indicador avançou 12 pontos em relação a última pesquisa, realizada em março, fechando em 87,9 pontos. Os resultados, divulgados pela Faculdade Imed, demonstram uma percepção mais otimista dos consumidores sobre a situação atual e futura da economia do município. Em nível nacional, a confiança do consumidor também aumentou no mês de junho. De acordo com o levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o indicador avançou 3,4 pontos, passando de 67,9 para 71,3 pontos. É o maior nível desde junho do ano passado. A mudança no índice reflete as transformações políticas no país. Segundo o professor da Faculdade Imed e um dos responsáveis pela pesquisa em Passo Fundo, Vitor Francisco Dalla Corte, os próximos resultados dependem do cenário político brasileiro. “A mudança política teve reflexos, sem dúvidas, na confiança do consumidor”. Em Passo Fundo, o levantamento foi feito entre os dias 15 e 25 de Junho de 2016, com 353 consumidores residentes na cidade de Passo Fundo. A amostra aleatória foi estratificada por classes de renda de acordo com os dados do último censo do IBGE.

Outros indicadores
O índice da situação atual, percepção dos consumidores sobre a economia do município no momento, também apresentou a maior alta da série, fechando em 84,7 pontos. Assim como o índice de expectativas (90,1 pontos), que mede a percepção dos consumidores sobre a situação futura, mais especificamente nos próximos seis meses, e a percepção dos consumidores sobre o cenário de emprego e trabalho no município (85,5 pontos).

O único indicador que apresentou queda foi a percepção dos consumidores sobre a sua própria situação financeira e da sua família (90,3), um decréscimo de 23,3 pontos de março para junho de 2016. De acordo com análise da pesquisa, o fato pode estar associado às famílias ainda se encontrarem muito comprometidas com endividamentos contraídos no passado. Para Dalla Corte, essa relação entre a alta no índice de confiança e a queda no índice da situação financeira pode ser causada pelo aumento da inflação. “O consumidor confia que as coisas vão melhorar, mas isso não necessariamente está revertendo economicamente para ele”, explica.  

ICCPF
O Índice de Confiança do Consumidor - ICC expressa em números a percepção dos consumidores em relação a situação atual, o futuro da economia, a inflação, as decisões de poupança, consumo e de possibilidades de emprego no município. O índice também levanta outros dados de interesse como a intenção de compra de bens duráveis (carro e casa), a capacidade de economizar vs. gastos. Os indicadores têm como referência o valor 100, desta forma quanto mais acima deste valor estiver o indicador, mais positiva é a percepção da população. De forma inversa, valores abaixo de 100 retratam uma percepção e expectativas negativas em relação a economia do município.

A Sondagem Econômica e Setorial é um projeto desenvolvido por pesquisadores do Centro de Estudos de Mercado e Consumo (CEMEC) da IMED Business School que possui a finalidade de gerar informações de monitoramento da situação atual e antecipação de eventos futuros da economia e de setores específicos na cidade de Passo Fundo.

Confiança do empresário gaúcho
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-RS) divulgado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta terça-feira (19), manteve a trajetória de recuperação e alcançou 50,2 pontos em julho. Foi a terceira alta consecutiva, e, ao superar levemente a linha dos 50 pontos, encerra um ciclo de 27 meses de falta de confiança no empresariado gaúcho. Em junho, ele havia chegado a 46,3 pontos. “Aos poucos, a expectativa é de que possa haver uma reversão no atual cenário recessivo no País. Para isso, no entanto, será imprescindível ao novo governo encaminhar uma solução para a crise fiscal, sem aumento de impostos, e das reformas estruturais necessárias para a volta do crescimento econômico”, diz o presidente da FIERGS, Heitor José Müller. 

Segundo Müller, a retomada da confiança do industrial é essencial para a volta dos investimentos e da atividade no setor. “A reação da atividade na indústria ainda não ocorre por completo, pois ela segue submetida a condições como a queda da demanda interna, ao crédito mais escasso e ao desaquecimento do mercado de trabalho”, citou. 

Em julho, o índice de condições atuais atingiu 42 pontos, 3,5 acima do mês anterior e o maior valor desde maio de 2014. Apesar da recuperação, ainda reflete a situação deteriorada. O maior crescimento no mês em relação a junho ocorreu no índice relativo à economia brasileira, que pulou 6,1 pontos e atingiu 38,8. Em três meses, aumentou 17,5 pontos. Da mesma forma, as condições das empresas ficaram menos desfavoráveis: o índice subiu de 41,5 para 43,6 pontos.

Futuro
Quando questionados sobre as condições que vislumbram para o futuro, os empresários consultados no ICEI-RS em julho revelam mais otimismo. O Índice de Expectativas para os próximos seis meses passou para 54,5 pontos - contra 50,2 de junho -, o maior valor desde abril de 2014. Isso indica perspectivas positivas pela primeira vez desde maio do mesmo ano. A expectativa com a economia brasileira evolui, ainda que o pessimismo persista. O índice, em 48,6 pontos, subiu 17,8 em três meses (em junho, foi de 43,8). O otimismo é maior com relação às próprias empresas, cujo índice passou para 57,8 pontos, recorde em 28 meses. 

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