Mais de mil empregos formais eliminados

A Indústria da Transformação foi responsável por mais de 70% do desemprego em Passo Fundo no ano passado, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais)

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A recessão econômica do ano passado refletiu no mercado de trabalho de Passo Fundo. Em 2015, foram eliminados 1.096 empregos formais no município, com variação de -1,78%. Em 2014 eram 61.523 empregados e no ano passado, foram 60.427, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgado na semana passada pelo Ministério do Trabalho.
O setor que mais desempregou foi a Indústria da Transformação, responsável por 853 desligamentos no ano. Em seguida, os outros vilões do emprego em 2015, no município, foram o Comércio (-311 vagas), a Construção Civil (-260), a Extrativa Mineral (-34) e a Agropecuária (-17).
Por outro lado, Serviços aliviou o desemprego. Foram criados 329 novos postos de trabalho no setor. Serviços é o setor com maior número de empregos formais distribuídos no município. Com 26.561 postos de trabalho, o setor foi responsável por 43,95% da geração de emprego de Passo Fundo, no ano passado. Também tiveram saldo positivo no índice de emprego os setores de Serviços de Utilidade Pública (28 vagas de emprego) e Administração Pública (22).


Estado
No Rio Grande do Sul, foram mais de 103 mil empregados, com carteira assinada, desligados em 2015. Foi o primeiro ano em que o Estado registra saldo negativo na geração de emprego na série histórica desde 2003. Em 2014, o RS já vinha apresentando sinais da recessão, quebrando o ritmo de crescimento que estava com saldo de 89.960 vagas (2013) para 26.188 postos. Em 2010, o RS viveu seu melhor momento do emprego, em que mais de 201 mil novos empregos foram criados.
A Indústria da Transformação – vilão do desemprego em Passo Fundo – foi o que mais sofreu com a recessão econômica no Estado (-55.411 postos) e também no país (-604.122 vagas de trabalho). Em seguida, estão os setores da Construção Civil (-19.115), Comércio (-16.201), a Administração Pública (-8.454), os Serviços (-5.864), os Serviços de Utilidade Pública (-1.043) e Extrativa Mineral (-55). O saldo de emprego, no RS só foi positivo na agropecuária, que criou 3.008 novos empregos.
Com relação a faixa etária, os maiores afetados foram os jovens entre 18 e 24 anos. A variação, para essa faixa, foi de -43.859 vagas de emprego. Em segundo lugar, os jovens de 25 a 29 anos, faixa etária em que 24.124 empregos foram eliminados. O único grupo que não ficou com o emprego negativo foi dos 50 aos 64 anos, com 3.502 postos de emprego, no Rio Grande do Sul.


Brasil
Em 2015, o Brasil perdeu 1,51 milhão de postos formais. O resultado é o pior da série histórica, iniciada em 1985.A retração no mercado de trabalho fez o número de trabalhadores formais (com carteira assinada) cair de 49,6 milhões no fim e 2014 para 48,1 milhões no fim do ano passado. Essa foi a primeira vez desde 1992 em que o país acumulou perdas de empregos no mercado formal de trabalho. Naquele ano, o Brasil tinha eliminado 623 mil vagas.
As demissões em massa e as contratações por salários mais baixos afetaram os rendimentos médios reais dos trabalhadores, que recuaram 2,56% em 2015 em relação a 2014. Em valores absolutos, a remuneração média individual caiu de R$ 2.725,28 em 2014 para R$ 2.655,60 em 2015.
Na comparação por setores da economia, apenas a agropecuária contratou mais do que demitiu no ano passado, tendo criado 20,9 mil vagas formais. Os demais setores registraram quedas, com destaque para indústria de transformação (-604,1 mil), construção civil (-393 mil) e comércio (-195,5 mil).
Entre as regiões, o Sudeste foi a que mais eliminou postos de trabalho, com 900,3 mil trabalhadores a menos. Em seguida, vêm o Nordeste (-233,6 mil) e o Sul (-217,2 mil). Apenas três estados acumularam aumento no número de empregos formais em 2015: Piauí (3 mil), Acre (2,8 mil) e Roraima (2,2 mil).
Em relação à faixa etária, o desemprego afetou principalmente os jovens. Na faixa de 18 a 24 anos, foram eliminados 673,4 mil postos de trabalho, contra 477,8 mil entre 25 e 29 anos, 233,9 mil de 30 a 39 anos, 172,1 mil de 40 a 49 anos, e 107,7 mil na faixa até 17 anos. Somente a categoria acima de 50 anos registrou ampliação de vagas: 154,4 mil.

Rais
Divulgada uma vez por ano, a Rais é mais ampla que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e engloba não apenas os trabalhadores do setor privado, mas trabalhadores temporários e servidores públicos federais, estaduais e municipais. Para medir o desempenho do mercado de trabalho, a Rais contabiliza a diferença entre as contratações e as dispensas.

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