Petrobras aprova venda da Liquigás

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O Conselho de Administração da Petrobras aprovou hoje (17) a assinatura do contrato para venda da Liquigás Distribuidora S.A. para a companhia Ultragaz S.A., subsidiária da Ultrapar Participações S.A..

O valor estimado do negócio é de cerca de R$ 2,8 bilhões, mas só será definido após correção pelo Certificado de Depósito Interbancário (CDI) entre as datas de assinatura e de fechamento da operação. “O valor ainda estará sujeito a ajustes em razão das variações de capital de giro e da posição da dívida líquida da Liquigás entre 31/12/2015 e a data de fechamento da transação”, destacou a estatal por meio de nota.

A venda da Liquigás faz parte do Plano de Desinvestimentos 2015-2016 da Petrobras. A operação foi conduzida por meio de processo competitivo.

“Essa transação ainda está sujeita à aprovação das assembleias gerais da Petrobras e da Ultrapar e ao cumprimento de condições precedentes usuais, incluindo a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade”, informou a Petrobras.

Primeira distribuidora de gás liquefeito de petróleo (GLP) do Brasil, a Ultragaz atende a cerca de 11 milhões de domicílios no segmento envasado e 50 mil clientes no segmento a granel.

A Liquigás é subsidiária integral da Petrobras e atua no engarrafamento, distribuição e comercialização de GLP e atua em quase todos os estados brasileiros, com 23 centros operativos, 19 depósitos, uma base de armazenagem e carregamento rodoferroviário e uma rede de aproximadamente 4,8 mil revendedores autorizados.

Segundo a gerente Executiva de Aquisições e Desinvestimentos da Petrobras, Anelise Quintão Lara, o preço foi considerado um valor justo por entidades externas, pela própria Petrobras e pelo mercado. “No início quando a gente divulgou que iríamos fazer este desinvestimento saíram algumas notícias relatando que a venda seria por R$ 1,5 bilhão. Agora vendemos por quase o dobro. Então, estamos todos muito satisfeitos com os resultados deste desinvestimento”, disse durante uma teleconferência com jornalistas, nesta quinta-feira à noite, após o anúncio da venda.

Segundo a gerente, a operação contribui para a meta da companhia no Plano de Desinvestimentos 2015/2016, definida em US$ 15,1 bilhões e classificada por ela como bastante ousada. “Dois mil e quinze foi um ano difícil. A gente realizou uma parcela muito pequena desta meta e em 2016, felizmente, a gente vem conseguindo realizar um a série de desinvestimentos e parcerias. Hoje com a venda da Liquigás a gente chega próximo a US$ 11 bilhões da nossa meta”, revelou.

Anelise adiantou que a Petrobras aguarda concluir outras vendas dentro do Plano de Desinvestimentos até o fim do ano. “Nós temos mais 40 e poucos dias [até o fim de 2016]. Certamente veremos outros desinvestimentos acontecerem”, disse, acrescentando que a perspectiva é de cumprimento da meta de US$ 15,1 bilhões. A gerente contou ainda que a marca Liquigás vai seguir mesmo depois de passar para o grupo Ultra, da mesma forma como ocorreu quando a Petrobras comprou a Agip, empresa italiana que atua no mercado de combustíveis.

Processo competitivo

De acordo com a Petrobras a operação de venda foi conduzida por meio de processo competitivo. Foram convidadas 46 empresas identificadas no Brasil e no exterior que teriam potencial interesse no segmento para a aquisição. Todas assinaram um acordo de confidencialidade e puderam acessar os dados gerais da empresa. Ainda na primeira etapa fizeram uma oferta não vinculante e foram para o passo seguinte, com dados mais detalhados. Na fase final é que apresentam as propostas vinculantes no processo. Segundo Anelise, por uma questão de confidencialidade, não é possível revelar quais e nem quantas empresas participaram da etapa final.

Anelise Quintão Lara não informou de quanto é o passivo trabalhista e o endividamento da Liquigás, mas acrescentou que é uma empresa enxuta e tem boa performance com baixo nível de endividamento. “Nada que chame atenção e mereça grandes comentários não”. 

A gerente informou que a Liquigás tem 3.200 empregados próprios que não fazem parte do quadro da Petrobras e devem permanecer na empresa após a venda. “Acredito que há interesse do grupo Ultra de mantê-los. É uma empresa enxuta e ela não tem excesso de empregados. Então acho que o próprio mercado vai acomodar essa nova situação”, disse.

Agência Brasil

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