Barba, cabelo e bigode na porta de casa

A primeira barbearia móvel de Passo Fundo traz um conceito diferenciado que integra comodidade e empreendedorismo

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Com estilo Vintage, a barbearia de Luiz Sousa vai até o clienteCom estilo Vintage, a barbearia de Luiz Sousa vai até o cliente
Com estilo Vintage, a barbearia de Luiz Sousa vai até o cliente
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Empreendedorismo é uma palavra que vem se popularizando no Brasil. Assim como seus índices. Em 2015, o país subiu quase 5% na sua Taxa Específica de Empreendedorismo Estabelecido (TEE), atingindo 39,3%. Já nos negócios em estágio inicial, 21 a cada 100 brasileiros esteve envolvido com um empreendimento, no ano passado. Os dados são da pesquisa Empreendedorismo no Brasil - GEM 2015.

A pesquisa sugere que esse crescimento nas taxas está relacionado ao empreendedorismo por necessidade. Observa-se uma tendência de aumento - nos números de empreendedores por oportunidade - até 2014, com uma forte inflexão em 2015, quando se acentuou a retração da economia brasileira, ao ponto de tornar a taxa de crescimento do PIB fortemente negativa (-3,8%). A taxa de desocupação aumentou, de 4,8%, em 2014, para 6,9%, em 2015. Nesse contexto, dado o baixo dinamismo do mercado interno e uma parcela maior de desocupados na população, a proporção dos empreendedores iniciais por oportunidade diminuiu de 70,6%, em 2014, para 56,5%, em 2015, e a proporção dos empreendedores por necessidade aumentou de 29,1% para 43,5%, respectivamente.

O barbeiro Luiz Sousa integra esses índices de aumento na taxa de empreendedorismo. Não é só o estilo vintage e o traje impecável que chamam a atenção dos clientes da Barber Truck, a barbearia móvel. Ele se desloca até onde o cliente estiver. Uma mistura de oportunidade e necessidade, a barbearia móvel veio de ideias europeias e das ondas de truck - em especial de alimentos e bebidas - que chegaram com força no Brasil neste último ano.

“As inspirações para uma barbearia móvel vieram de negócios europeus e da onda do truck, no Brasil mesmo, que abrange lojas de vestuário, calçados, alimentos, entre outros. Eu fui pensando e me inspirando, analisando o comportamento do cliente e o comodismo de ser atendido no local onde se está. Você vai onde o cliente está. O prazer maior de você abrir a porta da van e dizer para o cara que ele está em casa”, resume.

Apesar do negócio ser novo, o empreendedor tem experiência no setor. Era professor de tênis e após um procedimento cirúrgico precisou parar de lecionar. Como precisava trabalhar com algo que não exigisse tanto esforço nas mãos, se encontrou na área da estética. Nos primeiros anos trabalhou em salões de beleza e há mais ou menos quatro anos foi para o lado da estética masculina. Ao total, são 17 anos de experiência.

Conforme Souza, as barbearias voltaram a fazer sucesso em virtude de uma mudança de conceito.
“Os homens estão mais preocupados com a estética. Se voltarmos no tempo, houve um período em que existiam barbearias, o homem ia até lá buscar informações, ler jornal, era um espaço social de encontro e de conversas. Enquanto os salões de beleza eram mais femininos. Depois esse cenário foi mudando e os salões passaram a ser unissex. Hoje em dia, aconteceram algumas questões de gêneros na sociedade e houve uma necessidade de divisão novamente”, explica.

Sobre a aceitação do negócio, Luiz afirma que a barbearia está agradando. “O pessoal está curtindo bastante. Eles se impressionam com a estética do local porque você fica ali dentro e não se sente dentro de um furgão. Ali tem ar condicionado, tem geladeira, tem tudo. Além, da facilidade de não ter que se locomover, não precisar buscar estacionamento, entre outros detalhes que tomam tempo do cliente”, analisa.

Sobre o momento de recessão econômica, pelo qual o país passa, Souza é convicto na sua ideia de estar sempre inovando. “Na crise é que tu consegue dar o passo e se você sobreviver na crise, depois você vai obter êxito, com certeza”, finaliza.

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