Os consumidores estão abandonando as marcas tradicionais, reconhecidas pela qualidade e preços mais altos, nas festas de final de ano e optando por similares de menor valor neste ano. Com isso, o volume de vendas tem se mantido no mesmo patamar do ano anterior. No Natal, por exemplo, as vendas de produtos típicos não registraram crescimento real, na comparação com o Natal de 2015, segundo balanço da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). A tendência é de que ocorra o mesmo com a festa da virada de ano das famílias. Alguns produtos também tiveram aumento nos preços, principalmente as bebidas. Para atrair cliente, muitos supermercados estão apostando em promoções.
De acordo com o presidente do Sincogêneros de Passo Fundo, Ivan Manfroi, as bebidas estão entre os itens que tiveram a maior alta nos preços. Os espumantes, por exemplo, tiveram um acréscimo de aproximadamente 10% nos valores. Além disso, cervejas e refrigerantes também tiveram acréscimo nos preços em função de mudanças na forma de tributação destes itens. No entanto, na avaliação dele, outros produtos têm mantido o preço, como a lentilha e a carne suína, por exemplo. “A lentilha está um pouco abaixo do ano passado devido ao preço do dólar, que no ano passado estava mais alto”, compara. As carnes suínas estão com preço estável em função da menor demanda em relação ao ano anterior e do câmbio que têm desfavorecido as exportações. “Normalmente são produtos que as lojas tentam atrair os clientes através de promoção e isso beneficia o consumidor”, pontua.
Antecipação das compras
Manfroi destaca que a maior movimentação nos supermercados é registrada às vésperas das datas. Assim como no Natal, a maior movimentação é esperada nos últimos dias antes do Ano Novo. A dica é para que os consumidores antecipem as compras. No dia 31 os supermercados ficarão abertos até no máximo às 20h e no domingo, 1º de janeiro, estarão fechados. “O calendário esse ano é um pouco desfavorável para o setor, porque como não tem feriado, isso proporciona menos reuniões de família e essa quantidade menor de confraternização gera gastos menores com alimentos e isso é negativo”, argumenta.
Itens com venda menor
Além da opção por produtos de menor valor, os consumidores também têm deixado de levar alguns itens, ou diminuindo a quantidade deles. Um dos principais é o panetone. Segundo Manfroi a venda do produto está mais tímida em comparação com outros anos. “No Natal teve um pouco de retração na venda em função da venda de produtos mais baratos e daqueles que são supérfluos que acabaram não vendendo. É uma tendência que pode acontecer novamente no Ano Novo”, estima.
No Estado
A Agas também estima que as vendas de espumantes, cervejas, refrigerantes e carne suína não deverão crescer substancialmente em volume no Ano Novo. Por outro lado, o setor aposta em um movimento de procura dos consumidores pelos presentes que faltaram no Natal e que serão comprados e entregues nesta última semana do ano. Os produtos que poderão ter maior crescimento de vendas na semana que antecede o Réveillon, na comparação com o mesmo período do ano passado, são as frutas (6%) e a lentilha (5%). No caso da lentilha, e entrada de produto importado tende a baratear o custo.
Ao todo, conforme dados da Agas, os supermercados do RS comercializaram 850 mil aves e 4 milhões de panetones no mês de dezembro. Para o Réveillon, são esperadas as vendas de 4,8 milhões de garrafas de espumantes – 97% delas fabricadas no Brasil.
